Passam esta quinta-feira 20 anos desde a queda da ponte de Entre-os-Rios, uma tragédia que colocou Castelo de Paiva no mapa. Nunca pelos melhores motivos. O concelho evoluiu, mas não o suficiente. Os acessos rápidos do concelho ao litoral, prometidos há duas décadas após a queda da ponte de Entre-os-Rios, ainda não foram concluídos.
O troço da variante à estrada nacional 222 (EN222) dentro dos limites do concelho está já a ser usado, mas a via rápida desemboca numa estreita e sinuosa estrada de montanha. Falta executar um lanço da variante de apenas 8,8 quilómetros, entre a fronteira de Castelo de Paiva, e o nó da autoestrada 32 (A32) em Canedo, Santa Maria da Feira.
A norte, o Itinerário Complementar 35 (IC35), que iria ligar Castelo de Paiva ao nó da autoestrada 4 (A4) em Penafiel, resume-se a uma ponte e um pequeno lanço de 800 metros para cada lado.
“É a mesma coisa que tivessem feito a ponte sem saída”, critica Paulo Teixeira, que dirigia a Câmara de Castelo de Paiva na altura do colapso da ponte, em março de 2001.
O atual detentor do cargo autárquico, o socialista Gonçalo Rocha, concorda. Mas cobre com otimismo a impaciência de quem espera duas décadas pela promessa de acessos rápidos ao litoral, avançando mesmo com uma data para conclusão das ligações às autoestradas: 2026.
E assegura que o financiamento surgirá da chamada “bazuca” europeia.
O colapso da Ponte de Entre-os-Rios (Ponte Hintze Ribeiro), ocorrido às 21:10 horas em 04 de março de 2001, arrastou para o rio Douro um autocarro e três automóveis, matando 59 pessoas.