
Ex-trabalhadores da refinaria da Galp continuam com futuro incerto, denuncia CGTP
20/12/2024Quatro anos após o anúncio do encerramento da refinaria da Galp em Leça da Palmeira, cerca de 100 ex-trabalhadores continuam com o futuro indefinido, enfrentando desemprego ou vínculos precários. A denúncia foi feita esta quinta-feira por Tiago Oliveira, dirigente sindical, durante uma concentração junto à antiga refinaria.
“Quatro anos passaram desde que se tomou a decisão de encerramento da refinaria, quatro anos passaram em que foram feitas promessas aos trabalhadores de que nenhum deles iria ser abandonado neste processo, e quatro anos passaram em que dos 147 trabalhadores despedidos, cerca de 100 enfrentam uma indefinição enorme relativamente ao seu futuro”, afirmou Tiago Oliveira.
O dirigente sublinhou que muitos destes trabalhadores, que antes tinham uma perspetiva de estabilidade, vivem agora em situação de grande incerteza e dificuldades económicas. Segundo ele, a concentração, que reuniu mais de 50 ex-trabalhadores, dirigentes sindicais e representantes políticos, não foi uma despedida simbólica, mas uma forma de lembrar que “estes trabalhadores não têm memória curta”.
O encerramento da refinaria foi anunciado em dezembro de 2020 e concretizado no ano seguinte, num processo contestado pelas estruturas sindicais. Em maio de 2021, a Galp iniciou um despedimento coletivo que afetou cerca de 150 trabalhadores. Na altura, cerca de 40% dos 400 colaboradores chegaram a acordos, mas muitos ficaram sem respostas claras sobre o seu futuro.
Em 2023, foi anunciado que o local acolheria um Centro Internacional de Biotecnologia Azul, em colaboração com a Fundação Oceano Azul, e que ali seria construída uma cidade da inovação ligada às energias do futuro. No entanto, os ex-trabalhadores continuam a reivindicar soluções concretas para a sua situação laboral, reafirmando as críticas ao processo de encerramento da refinaria.
Foto: DR