
Junta de Freguesia de Anta e Guetim denuncia alteração inesperada no traçado do TGV em Espinho
09/03/2025A Junta da União de Freguesias de Anta e Guetim, em Espinho, denunciou esta sexta-feira que o traçado ferroviário da Linha de Alta Velocidade foi alterado sem aviso prévio, colocando em risco casas que anteriormente estavam sinalizadas como seguras.
De acordo com o presidente da junta, Nuno Almeida, algumas famílias foram surpreendidas esta semana por uma empresa ligada ao projeto, que lhes comunicou que as suas casas serão demolidas. “Em sessões públicas e reuniões anteriores com a Infraestruturas de Portugal [IP], essas mesmas casas estavam protegidas. Como se explica isto agora?”, questiona o autarca.
Nuno Almeida critica a falta de transparência e acusa a IP de ignorar os direitos da população, avançando com levantamentos cadastrais e topográficos sem consulta pública ou comunicação oficial às autarquias. “O traçado que está a ser alvo de estudos nunca foi discutido com os cidadãos. A IP nunca informou oficialmente a junta ou a Câmara Municipal de Espinho sobre qualquer alteração”, denuncia.
O autarca também associa a mudança ao novo Governo, sugerindo que a alteração do percurso pode não ser apenas uma decisão técnica. “É impossível ignorar que este desvio surge precisamente com a mudança de titular no Ministério das Infraestruturas”, afirma.
Diante da incerteza e da indignação da população, Nuno Almeida exige a suspensão imediata dos levantamentos no terreno até que haja um traçado oficialmente aprovado e validado, além de garantias de que as habitações antes protegidas continuarão salvaguardadas. “O que está a ser feito a Espinho não é um erro inocente nem um descuido. O Governo tem que se pronunciar e a IP tem que se justificar”, reforça.
A Lusa tentou obter esclarecimentos junto da Infraestruturas de Portugal, mas até ao momento não obteve resposta.
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