Assistentes do Teatro Nacional S. João em protesto contra dispensas “sem justa causa”
Assistentes do Teatro Nacional S. João em protesto contra dispensas “sem justa causa”

Assistentes do Teatro Nacional S. João em protesto contra dispensas “sem justa causa”

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Seis assistentes de sala do Teatro Nacional São João juntaram-se a trabalhadores da cultura de outras instituições e saíram à rua pelas 18h00 da passada quinta-feira.

O grupo concentrou-se em frente ao Teatro Carlos Alberto (TeCA), uma das estruturas do TNSJ para reclamar a dispensa “sem justa causa” de quatro profissionais. A decisão foi tomada a 20 de março pelas Hospedeiras de Portugal, uma empresa de trabalho temporário/outsourcing com que a instituição portuense mantinha um contrato, desde setembro de 2022, para serviços de assistência às salas.

De acordo com os comunicados feitos pelos trabalhadores a quem passava na rua, os quatro trabalhadores tinham perguntado, em fevereiro, sobre o motivo da discrepância de alocações de espetáculos entre os membros da equipa. Após isso, foram dispensados “sem aviso, sem justificação válida e sem direito a indemnizações”. De acordo com o PÚBLICO, os trabalhadores consideram tal atitude por parte da empresa de outsourcing como uma “retaliação” e um “caso de assédio laboral”, exigindo uma resposta do TNSJ e do Ministério da Cultura. Segundo as declarações dos trabalhadores ao mesmo jornal, a decisão não passou pela frente da casa do TNSJ, responsável pela coordenação da equipa de assistentes, nem pela direção artística do teatro.

Após várias tentativas de contacto com a Hospedeiras de Portugal por parte dos quatro trabalhadores, estes foram avisados de que a empresa não necessitava de mais assistentes, tendo sido obrigados a escolher os que possuíam uma “melhor performance laboral”. De acordo com o artigo do PÚBLICO, os trabalhadores afirmaram que, após a sua saída, entraram mais três pessoas e que a empresa não acompanha nem avalia o desempenho dos assistentes e a frente da casa “não deu nenhum parecer negativo”.

Segundo os trabalhadores, o enquadramento laboral dos assistentes do Teatro Nacional São João não lhes garante proteção sobre aquelas situações, explicando ao PÚBLICO que os contratos são a termo por espetáculo ou por carreira. De acordo com o mesmo jornal, os trabalhadores afirmam ainda não entender o motivo pelo qual o TNSJ não contratar diretamente os seus assistentes e exigem a reposição dos postos de trabalho dos quatro assistentes.

Pedro Sobrado, presidente do conselho de administração do TNSJ, explica ao PÚBLICO que os assistentes que prestam serviços no local não o fazem a recibos verdes. Para além disso, acrescenta que a empresa Hospedeiras de Portugal venceu um concurso público “justo e transparente”, não negando o recurso a serviço de outsourcing, porém defende que o TNSJ “possui a melhor destas práticas, obrigando contratualmente à celebração de contratos e trabalho”.

O presidente do conselho de administração do TNSJ afirmou ainda que na passada terça-feira foram comunicados problemas à instituição relativamente a contratos não renovados, garantindo já ter pedido justificações à empresa.

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