A Associação de Futebol do Porto festejou na noite deste sábado os 110 anos com uma Gala no edifício da Alfândega, motivando o profundo orgulho do seu presidente José Neves, que há dois anos lidera aquela que é a maior associação do país com mais de 300 clubes. Entre eles o FC Porto e o Leixões, os dois fundadores que foram os primeiros homenageados da cerimónia, seguindo-se uma das surpresas da noite com prémios especiais para dez clubes centenários: Gondomar, Leça, Padroense, Sport Clube Nun’Álvares, Sporting Clube da Cruz, Ramaldense, Clube Desportivo Nun’Álvares, Varzim SC, Sp. Coimbrões e Vilanovense.
José Neves enalteceu a presença de 650 convidados e o seu discurso versou vários temas, começando pela nova Academia da AF Porto, o grande projeto do momento, uma obra que “vai servir todos os clubes” e que deve arrancar até ao final do ano.
O líder da AF Porto fundamentou também uma “clara aposta” no futebol feminino, lembrando as 1.800 atletas inscritas neste momento na Associação e a competir. Ao recordar este número que triplicou nos últimos dez anos, José Neves registou também que quer ver “mais mulheres no futebol e em todos os setores”, não se resumindo apenas ao número de atletas.
“A futura Academia será um espaço dedicado à educação, formação e treino da imensa família da nossa associação. Este projeto é o reforço da nossa identidade. Somos uma instituição ao serviço do futebol, futsal e futebol de praia, com dimensão europeia e mundial”, salientou José Neves, deixando ainda um alerta: “Os nossos filiados precisam de mais apoios e mais recursos. Isto é uma questão de justiça, pois todos sabemos que um euro aplicado na atividade desportiva será sempre multiplicado por umas dezenas de milhares de euros no futuro.”
“Quem não preparar o futuro que quer terá que aceitar o futuro que vier. Nós e os clubes temos de liderar o processo de mudança social e cultura e usar os avanços tecnológicos de que hoje dispomos para isso”, reforçou ainda José Neves.
Numa gala abrilhantada pela atuação de Cuca Roseta, o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto João Paulo Correia entregou o prémio Carreira a Lourenço Pinto e lembrou a “rica história que a AF Porto já deu ao futebol”, sendo que Fernando Gomes, líder da FPF, recebeu o prémio Prestígio e Excelência e usou também da palavra.
“A Associação de Futebol do Porto é a maior do país em termos de clubes e de praticantes e deixo aqui o meu desejo para que este patamar de excelência tenha continuidade. É uma honra receber este prémio que partilho com todos os que me ajudaram no percurso que tenho na Federação”, disse Fernando Gomes, congratulando-se também pela declarada aposta da AF Porto no futebol feminino, algo que tem sido uma das bandeiras da FPF.
Artur Soares Dias, Rui Licínio e Paulo Soares, a equipa de arbitragem que esteve nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021, também foi homenageada, recebendo o prémio Mérito Olímpico.
O árbitro internacional agradeceu a referência sem deixar de assumir a sua profunda tristeza e amargura pelo facto da “arbitragem portuguesa não estar presente no Mundial do Qatar”. Artur Soares Dias ofereceu ainda a José Neves a bola do jogo da final em Tóquio, em que esteve presente como 4.º árbitro.
Destaque também para o prémio Dedicação atribuído a Carlos Carvalho, presidente conselho de arbitragem da AF Porto e Domingos Santos, secretário-geral da Associação.
Por fim, em dia de jogo do FC Porto, Pinto da Costa foi ainda distinguido com o Galardão de Ouro, mas o líder dos azuis e brancos não esteve presente na Gala e vai receber o prémio numa futura oportunidade.