Autarca da Trofa acusado de prevaricação de titular de cargo político
Autarca da Trofa acusado de prevaricação de titular de cargo político

Autarca da Trofa acusado de prevaricação de titular de cargo político

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O Ministério Público acusou o vereador da Câmara da Trofa, Renato Ribeiro, por alegadamente reter as candidaturas apresentadas por uma associação local.

Em nota publicada na sua página na Internet, a Procuradoria-Geral Regional do Porto, refere que o vereador com o pelouro da Cultura, Turismo e Juventude e o chefe da divisão de Cultura, Turismo, Desporto e Juventude da Câmara da Trofa estão acusados pela prática, em coautoria, de um crime de prevaricação de titular de cargo político.

O Ministério Público considerou indiciado que, na sequência de publicações feitas em 2015 pelo então presidente de uma associação desportiva, recreativa e cultural com sede na Trofa, onde discorreu sobre o favorecimento da Câmara a um outro clube local, e de uma denúncia de natureza criminal que também apresentou, os arguidos “decidiram interferir na normal tramitação das candidaturas daquela associação a subsídios concedidos pelo município ao abrigo de contratos-programa”.

O despacho de acusação, datado de 4 de julho, refere que os arguidos “retiveram as candidaturas apresentadas para os anos de 2016 e 2017, não as remetendo à Comissão para a sua análise e subsequente tramitação, apesar de tais candidaturas encontrarem-se devidamente instruídas, impedindo, dessa forma, que a associação beneficiasse dos respetivos subsídios anuais, à semelhança do que aconteceu em anos anteriores”.

Renato Pinto Ribeiro foi eleito vereador da Câmara da Trofa a 29 de setembro de 2013 e reeleito a 1 de outubro de 2017 e a 26 de setembro de 2021.

O vereador, eleito pelo CDS-PP no âmbito de uma coligação com o PSD, foi absolvido em 2021 de um crime de abuso de poderes num processo sobre o desvio de subsídios municipais destinados ao desporto de formação do Clube Desportivo Trofense, ocorrido em 2014.

No mesmo processo, o antigo presidente do Trofense, Paulo Melro, foi condenado a quatro anos de prisão com pena suspensa pelos crimes de fraude na obtenção e desvio de subsídio, desvio de subvenção, subsídio ou crédito bonificado e falsificação de documento, sob condição de entregar aos Bombeiros da Trofa, no prazo de 12 meses, a quantia de três mil euros.

Ficou ainda obrigado a pagar ao Estado 22.500 euros correspondente ao valor da última parcela do apoio camarário recebida pelo clube, ao abrigo de um contrato-programa de desenvolvimento desportivo, no total de 135 mil euros, destinado a subsidiar as camadas jovens.

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