A Câmara Municipal de Matosinhos aprovou esta quarta-feira o orçamento para 2025, fixado em 224 milhões de euros, um aumento de 50 milhões em relação ao orçamento de 2024. A proposta foi aprovada com os votos contra do PSD, PCP e vereadores independentes, enquanto a presidente da autarquia, Luísa Salgueiro, destacou o caráter histórico do orçamento, considerando-o o “maior de sempre”.
Luísa Salgueiro, eleita pelo PS, afirmou que o orçamento reflete a boa situação financeira da Câmara e é “muito influenciado” por fontes de financiamento extraordinárias, como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o Plano de Transição Justa, cujas verbas terminarão em 2026, mas terão um grande impacto em 2025.
Do total de 224 milhões de euros, 75 milhões destinam-se a despesas de funcionamento, enquanto 149 milhões estão previstos para grandes opções do plano, com 82,6 milhões (56%) alocados a investimento. A área social, que engloba habitação, desporto, educação, cultura, tratamento de resíduos e proteção ambiental, recebe 108 milhões de euros, um aumento de 32 milhões em comparação com 2024.
Entre os principais investimentos estão os 54 milhões de euros para a reabilitação de 560 fogos e construção de 507 novas habitações, além dos 13 milhões de euros para o desporto, um aumento de quatro milhões, com destaque para o ano em que Matosinhos será Cidade Europeia do Desporto. A educação terá um investimento de 10 milhões de euros, e o tratamento de resíduos sólidos e a proteção do meio ambiente contarão com 18 milhões de euros.
Nos transportes rodoviários, a despesa prevista é de 25 milhões de euros, um aumento de 11,9 milhões em relação a 2024, refletindo o reforço das obrigações de serviço público com a STCP e a construção da BRT (Bus Rapid Transit).
No entanto, a oposição expressou preocupações com a gestão dos recursos. O vereador do PSD, Pedro Rodrigues, considerou que, dada a boa situação financeira da autarquia, o orçamento poderia “ir mais além”, nomeadamente no apoio às famílias e à segurança. Já o vereador do PCP, José Pedro Rodrigues, criticou o facto de muitas despesas sociais, que deveriam ser da responsabilidade do Estado, serem assumidas pela Câmara, o que, segundo ele, prejudica outras áreas de investimento.
O vereador independente António Parada também votou contra o orçamento, considerando-o “pouco ambicioso” e criticando a falta de concretização de projetos, como o exutor subaquático da Ribeira da Riguinha, que figura todos os anos no orçamento sem ser realizado.
Com este orçamento, a Câmara de Matosinhos pretende continuar a investir em áreas chave para o desenvolvimento social e urbano, mantendo um foco em melhorar a qualidade de vida dos seus munícipes.
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