Câmara do Porto Aprova Projeção de Bandeiras da Palestina e do Líbano em Solidariedade
Câmara do Porto Aprova Projeção de Bandeiras da Palestina e do Líbano em Solidariedade

Câmara do Porto Aprova Projeção de Bandeiras da Palestina e do Líbano em Solidariedade

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O executivo da Câmara do Porto decidiu, nesta segunda-feira, projetar a bandeira da Palestina na fachada dos Paços do Concelho, num gesto de solidariedade com o povo palestiniano. A proposta foi aprovada por maioria, contando com os votos a favor do PS, BE, CDU e da maioria dos vereadores do movimento independente, com exceção de Catarina Araújo, que votou contra, assim como o PSD. Além da bandeira palestiniana, foi também aprovada a projeção da bandeira do Líbano.

Esta é a segunda tentativa do Bloco de Esquerda (BE) para projetar a bandeira da Palestina na fachada da câmara. Em junho, uma proposta semelhante foi rejeitada, com o voto contra do presidente da Câmara, Rui Moreira, e de outros três vereadores do movimento independente, além do PSD. Naquela ocasião, dois vereadores do movimento independente abstiveram-se, e a proposta contou com os votos favoráveis do BE, CDU, PS e de uma vereadora independente.

O presidente Rui Moreira justificou a mudança de posição, destacando que a recomendação segue “as deliberações tomadas pelo Tribunal Penal Internacional”. Moreira acrescentou que solicitou a inclusão da bandeira do Líbano, devido à preocupação com a situação dos civis naquele país. Contudo, a projeção só acontecerá após o desmonte da árvore de Natal instalada em frente ao edifício. “A árvore deve sair a seguir aos Reis, e seguramente, durante o mês de janeiro, estamos em condições de implementar tais medidas”, afirmou.

Reações e Críticas à Decisão

O vereador Sérgio Aires, do BE, celebrou a aprovação, sublinhando que, embora a proposta atual não fosse muito diferente da anterior, “o tempo é outro”. Aires lamentou, no entanto, que a projeção não possa ocorrer no Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, a 29 de novembro, que seria a data ideal para o ato simbólico.

Ilda Figueiredo, da CDU, considerou a iluminação como uma manifestação de apoio à liberdade e aos direitos fundamentais, destacando o Porto como uma cidade defensora desses valores. Pelo PS, Tiago Barbosa Ribeiro destacou o caráter simbólico da projeção, reconhecendo que é o “pouco que o município pode fazer” face à dramática situação vivida em Gaza.

Por outro lado, a vereadora do PSD, Mariana Macedo, criticou a decisão, afirmando que o município deveria manter uma postura moderada e evitar posições que pudessem polarizar ainda mais a situação. Ela sugeriu que os recursos destinados à projeção poderiam ser direcionados para outras iniciativas humanitárias.

Histórico de Projeções

Esta não é a primeira vez que a fachada dos Paços do Concelho exibe projeções de bandeiras em solidariedade com crises internacionais. Durante este mandato, a câmara já iluminou o edifício com as cores da bandeira da Ucrânia, após a invasão russa, e com as cores de Israel, depois dos ataques do Hamas. Ambas as projeções foram iniciativas do município, sem deliberação prévia do executivo camarário.

A discussão sobre a projeção das bandeiras da Palestina e do Líbano evidencia as diferentes sensibilidades dentro do executivo da Câmara do Porto, destacando a complexidade de adotar uma posição pública em situações de conflitos internacionais.

Foto: DR

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