Património; População, Habitação e Comunidades; Economia; Ambiente e Mobilidade. Estes são os quatro grandes eixos de atuação do novo Plano de Gestão e Sustentabilidade do Centro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do Pilar (CHPPM), apresentado esta quarta-feira.
O plano de gestão para os próximos dez anos pretende manter a sustentabilidade do Centro Histórico do Porto, enquanto património mundial. “O Património não é apenas aquilo que nos legaram e que pretendemos passar em testemunho aos vindouros.
O património arquitetónico, em especial numa cidade como o Porto, corresponde a um ativo económico intangível e não-transacionável que a posiciona numa categoria de elite na rede urbana mundial: a das cidades Património da Humanidade”, salientou o coordenador do CHPPM, Rui Loza, que apresentou o documento durante o webinar que encerrou a Semana dos Sítios Urbanos Património Mundial no Espaço Atlântico que a autarquia portuense dinamizou. “Nos próximos dez anos, queremos que o nosso centro histórico sendo respeitador do valor universal excecional, (…) seja sustentável e não dependa de vontades, de políticas erráticas de conservação, mas que se sustente pela própria natureza do seu plano de salvaguarda”, assinalou o também presidente do Conselho de Administração da Porto Vivo, SRU.
O desafio, disse o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, “é fazer perceber a todos os atores intervenientes na construção da cidade que o valor patrimonial pode e deve ser integrado na equação económica do investimento”.
A questão da preservação do património cultural versus economia foi também abordada pelo vereador da Economia, Turismo e Comércio. Ricardo Valente salientou que “a lógica de que a cidade do Porto é só turismo, é uma lógica que já não corresponde” à realidade uma vez que, de acordo com o responsável, citando dados da InvestPorto, em 2019, a maioria do investimento na cidade foi corporate (empresarial) e não turístico, sendo que 63% do investimento é IDE (Investimento Direto Estrangeiro).Assim, o novo Plano de Gestão e Sustentabilidade do CHPPM “pretende garantir a salvaguarda e valorização do património tangível e intangível, através da reabilitação sustentável, de uma gestão urbanística integrada e da capacitação, reconhecimento e divulgação do bem excecional”.
O documento pretende ainda, no que diz respeito ao eixo “População, Habitação e Comunidades”, aumentar a população residente e os níveis de conforto habitacional, bem como reforçar a coesão e valores comunitários é o objetivo do eixo“.
Na área da Economia (eixo 3), a aposta consiste na promoção da diversidade, inclusão e sustentabilidade económica e na promoção da criatividade e da inovação, tendo como uma das linhas de ação o turismo inclusivo e sustentável”, aponta o Porto..Já no que diz respeito ao Ambiente e Mobilidade, o plano prevê melhorar a mobilidade e reforçar a sustentabilidade ambiental, permitindo aumentar a resiliência.
Recorde-se que o Plano de Gestão e Sustentabilidade do Centro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do Pilar surge no âmbito do projeto europeu “AtlaS.WH – Património no Espaço Atlântico: Sustentabilidade dos Sítios Urbanos Património Mundial”, cofinanciado pelo Programa Interreg Espaço Atlântico através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Residentes, visitantes e turistas da cidade foram convidados a responder a um inquérito online, que serviu de suporte à estruturação do documento.