CGTP comemora pela segunda vez o 1.º de Maio em pandemia, com menos gente para garantir o distanciamento, mas na rua como é sua tradição, com as habituais manifestações nos Aliados, no Porto, e na Alameda, em Lisboa.
A Intersindical vai assinalar o Dia do Trabalhador deste ano com concentrações, desfiles e manifestações em todos os distritos e regiões autónomas, com os devidos cuidados para evitar a propagação da Covid-19, mas sem deixar de tornar esta data numa jornada de luta.
“O 1.º de Maio terá uma componente de comemoração, mas será também uma grande jornada de luta, de reafirmação das reivindicações dos trabalhadores”, disse à agência Lusa a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.
As comemorações do Dia do Trabalhador da CGTP vão decorrer sob o lema “Lutar pelos direitos, combater a exploração” e vão reafirmar a defesa do emprego, do crescimento dos salários, do horário semanal de 35 horas e da melhoria dos serviços públicos.
“No fundo são as grandes questões para as quais temos exigido resposta, mas que não temos conseguido, aliás, pelo que vimos no Livro Verde do Futuro do Trabalho, parece que vamos exatamente no sentido contrário”, disse a líder da Intersindical.
Antes da pandemia da Covid-19, o Dia do Trabalhador da CGTP incluía iniciativas em mais de 40 localidades, com o ponto alto em Lisboa, com o numeroso desfile do Martim Moniz para a Alameda Afonso Henriques, onde era aguardado por milhares de populares em ambiente de festa.
Para este ano estão previstos dois pequenos desfiles, com saída do Campo Pequeno e dos Anjos, que convergirão para os relvados frente à Fonte Luminosa.
“Os desfiles decorrerão com o devido distanciamento e com máscaras, porque nós defendemos sempre o cumprimento das regras de saúde, é a nossa prioridade”, disse Isabel Camarinha.
A sindicalista lembrou que desde 1 maio de 2020 a CGTP e as suas estruturas fizeram dezenas de manifestações e concentrações, “sempre cumprindo as regras sanitárias, sem registar qualquer problema”.
Por sua vez, a UGT volta este ano a comemorar o 1.º de Maio em confinamento, com uma conferência sobre os desafios da negociação coletiva, porque considera que não ficava bem ir para a rua em plena pandemia.
“Não quisemos vir para a rua na situação de grande incerteza que o país vive. O plano de vacinação está atrasado, o estado de emergência termina dia 30 e ninguém sabe o que vai acontecer. Por isso optámos por comemorar a data com uma conferência que decorrerá de forma virtual e em presença”, disse à agência Lusa o secretário-geral da UGT, Carlos Silva.
A central sindical vai assinalar o Dia do Trabalhador com uma conferência sobre “Os desafios da negociação coletiva, bloqueios e oportunidades”, que terá como oradores os antigos ministros do Trabalho Paulo Pedroso e José António Vieira da Silva.
Os painéis de debate serão compostos pelos líderes dos principais sindicatos da UGT, que “terão assim oportunidade de apresentar as suas queixas em matéria de negociação coletiva”. “Porque todos eles têm motivos para se queixar“, disse Carlos Silva.
A conferência vai decorrer no auditório da sede da UGT, com a presença de apenas 60 pessoas, que é cerca de um décimo da capacidade do espaço, devido à exigência de distanciamento social.
O evento terá também transmissão em direto no site da UGT. “Ainda não é este ano que iremos comemorar o Dia do Trabalhador em Vila Real, devido à pandemia, mas entendemos que não nos ficava bem apregoar direitos, liberdades e garantias e desconfinar quando outros têm de confinar”, afirmou o líder da UGT.
Nos últimos anos a UGT tem comemorado o 1.º de Maio em várias cidades do país, em prol da descentralização, e tinha marcado as comemorações de 2020 para Vila Real, que foram canceladas devido à Covid-19. Assim, no ano passado a data foi assinalada com depoimentos sindicais on-line.
LUSA