A Comissão Executiva da Área Metropolitana do Porto (AMP) ficou dividida na votação sobre o aumento dos pagamentos previstos para 2024 aos operadores da rede de autocarros Unir. Dois secretários metropolitanos manifestaram preocupação pelo facto de os autarcas não terem sido previamente informados sobre a atualização dos preços.
A questão central foi o aumento do preço unitário por quilómetro pago aos operadores da rede Unir, que foi atualizado em 6,43% com base na Taxa de Atualização Tarifária (TAT) de 2024, conforme estipulado nos contratos. Todos os operadores dos cinco lotes da rede foram contemplados com este aumento, mas a decisão final teve de ser desempatada pelo voto de qualidade da primeira-secretária, Ariana Pinho, dado o empate na votação.
Ariana Pinho e a secretária Suzana Menezes votaram a favor da atualização, enquanto os secretários Ana Amorim e Tiago Sá Carneiro votaram contra. Segundo as atas da reunião, Ariana Pinho justificou a proposta com base num parecer jurídico da Sérvulo Advogados, considerado elucidativo por Suzana Menezes. Por outro lado, Tiago Sá Carneiro argumentou que a alteração remuneratória só deveria ocorrer após um ano de contrato e que a decisão deveria ter sido submetida ao Conselho Metropolitano do Porto, que reúne os 17 autarcas da AMP, devido ao impacto financeiro.
Ana Amorim também defendeu que a decisão deveria ter passado por uma avaliação prévia do Conselho Metropolitano, considerando a relevância financeira e o contexto da criação da empresa metropolitana de transportes.
A AMP, questionada pela Lusa, não revelou o valor nominal dos pagamentos aos operadores, limitando-se a afirmar que a atualização de 6,43% foi aplicada ao preço por quilómetro e que o parecer jurídico sustenta a decisão da Comissão Executiva. Não foi esclarecido se os autarcas foram posteriormente informados sobre a operação.
Entretanto, queixas de utilizadores têm surgido online sobre falhas na operação das linhas dos lotes 4 e 5. A AMP afirmou que monitora essas falhas e que as viagens não realizadas não são pagas aos operadores, embora não tenha esclarecido as ações que pode tomar para garantir o serviço aos passageiros afetados.
Além disso, a AMP advertiu um operador do lote 4 por paragens não autorizadas fora do terminal de Lourosa/Fiães, exigindo a reposição do percurso e paragens aprovadas.