TEXTO: Beatriz Cação – UFP
Nicólas Maduro afirmou, este domingo, que a Venezuela está disponível para trocar parte da produção petrolífera por vacinas contra a COVID-19. As declarações do Presidente Venezuelano surgiram depois de o país ter registado uma vaga de contágios e devido aos recursos financeiros estarem congelados no estrangeiro, o Governo tem dificuldades em aceder aos mesmo.
“A Venezuela tem os petroleiros, tem os clientes para comprar petróleo e dedicaria parte da sua produção para garantir todas as vacinas de que necessita”, referiu o Presidente insistindo na possível troca, no entanto, não facultou detalhes sobre o plano.
Maduro garantiu ainda que irá continuar a pressionar na sua pretensão legal de desbloquear os fundos que estão congelados no estrangeiro para financiar as vacinas, integrando as do mecanismo Covax.
Segundo o chefe do Governo venezuelano, este mecanismo permitirá ao país ter acesso a 2,4 milhões de doses, o correspondente a 20% das necessidades da Venezuela. No entanto, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) comunicou que foram disponibilizadas à Venezuela doses da empresa farmacêutica AstraZeneca, mas o Governo de Maduro não autorizou por receio dos efeitos secundários.
Apesar de o Presidente ter disponibilizado o petróleo como forma de pagamento, a indústria petrolífera venezuelana tem passado por dificuldades, tendo as suas operações de extração caído drasticamente. Maduro referiu que esta quebra aconteceu devido às sanções impostas pelos EUA contra a indústria petrolífera venezuelana, todavia, especialistas dizem que as verdadeiras causas para esta queda deve-se a má gestão e a corrupção que o país enfrenta.
Desde o início da pandemia, a Venezuela registou cerca de 156 mil casos e mais de 1500 mortos por COVID-19.
FOTO: JHONN ZERPA