Dentistas do Hospital de Gaia enfrentam incerteza laboral e denunciam falsos recibos verdes

Os médicos dentistas do Hospital Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, estão a enfrentar uma situação laboral precária, marcada por dispensas e contratos sob o regime de “falsos recibos verdes”. A ausência de uma carreira específica para a medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a indefinição contratual destes profissionais.

Atualmente, muitos dentistas no SNS são contratados como trabalhadores independentes, situação que tem sido alvo de críticas por parte da classe. A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) tem vindo a alertar para a necessidade de criação de uma carreira específica no SNS, de forma a garantir vínculos laborais estáveis e condições de trabalho adequadas. Em dezembro de 2024, a Assembleia da República aprovou cinco projetos de resolução que recomendam a criação desta carreira, refletindo a crescente preocupação com a situação destes profissionais.  

No entanto, apesar destas recomendações, a implementação efetiva da carreira de médico dentista no SNS ainda não se concretizou. Enquanto isso, instituições como a Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho têm proposto a integração destes profissionais como técnicos superiores, uma solução que não satisfaz plenamente as expectativas dos dentistas, que aspiram a acordos individuais de trabalho que reconheçam a especificidade da sua função.

A situação no Hospital Eduardo Santos Silva é representativa de um problema mais amplo que afeta os médicos dentistas em todo o país. A falta de uma estrutura de carreira definida no SNS contribui para a precariedade laboral e para a insatisfação entre os profissionais de saúde oral, que continuam a aguardar por medidas concretas que valorizem e reconheçam o seu papel no sistema de saúde português.

Foto: Trofa Saúde Gaia

Noticia reproduzida por: Carolina Barroso