Eixo Atlântico apresenta estudo em Santa Maria da Feira sobre urbanização e desafios futuros das cidades galego-portuguesas

O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular apresenta esta terça-feira, a partir das 11h00, no Europarque, em Santa Maria da Feira, o estudo “Novos Desafios para as Cidades”, uma análise detalhada sobre as tendências económicas, demográficas e comportamentais que moldam as cidades da Galiza e do Norte de Portugal. Desenvolvido pelos economistas Arlindo Cunha (Universidade Católica do Porto) e Fernando González Laxe (Universidade da Coruña), o relatório alerta para a urgência de preparar as urbes para um futuro em que, até 2050, mais de metade da população mundial viverá em áreas urbanas.

O documento destaca que as cidades da euroregião enfrentam pressões como o envelhecimento populacional, a desertificação de zonas rurais e a necessidade de adaptação a modelos económicos sustentáveis. A análise aponta ainda para disparidades no desenvolvimento urbano entre os dois lados da fronteira, com a Galiza a registar maior concentração populacional em cidades médias, enquanto o Norte de Portugal vê a sua dinâmica centrada no Porto e em cidades satélite.

“As cidades serão o epicentro dos desafios globais – das alterações climáticas à inclusão social. Este estudo serve como ferramenta estratégica para antecipar políticas públicas”, explica Arlindo Cunha, coautor do trabalho. Já Fernando González Laxe enfatiza a importância da cooperação transfronteiriça: “Só com planeamento conjunto poderemos otimizar recursos e garantir qualidade de vida”.

A sessão de lançamento contará com a presença de autarcas, académicos e representantes de entidades como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte) e a Xunta da Galiza. O debate focar-se-á em soluções para temas como:

• Mobilidade sustentável e redução da pegada ecológica urbana;
• Atração de talento jovem para combater o declínio populacional;
• Resiliência económica face a crises globais.

O estudo integra a agenda do Eixo Atlântico para a década 2020-2030, que prioriza a transformação digital, a transição energética e a coesão territorial. “Queremos que este diagnóstico sirva de base a projetos concretos, como a criação de redes inteligentes de transporte ou a revitalização de zonas industriais”, adianta Xoán Vázquez Mao, presidente da organização.

O documento estará disponível para consulta pública no site do Eixo Atlântico a partir desta quarta-feira, com versões em português, galego e inglês.

Fundado em 1992, o Eixo Atlântico reúne 36 cidades galego-portuguesas, promovendo projetos de cooperação em áreas como economia, cultura e ambiente.

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