Na sexta-feira, enfermeiros e trabalhadores da administração pública reuniram-se em frente ao Hospital de São João, no Porto, com o objetivo de pleitear aumentos salariais e alertar o Governo de que estão dispostos a manter suas ações de protesto até que suas reivindicações sejam atendidas.
Orlando Gonçalves, o coordenador do Sindicato da Função Pública do Norte, informou à agência Lusa que a greve nacional obteve uma adesão de cerca de 90% nos serviços do Norte do país e destacou as áreas mais afetadas.
“Se o Governo não atender às reivindicações dos trabalhadores, não quiser ouvir os trabalhadores e o povo e não alterar nada do que está no Orçamento do Estado, iremos continuar a luta. Se com greves ou manifestações será avaliado”
Com novas manifestações da CGTP em Lisboa e no Porto marcadas para 11 de novembro, Orlando Gonçalves, afirma que os trabalhadores não desistirão até obterem aumentos salariais justos, destacando que as propostas atuais estão muito aquém da inflação. Além disso, as negociações das carreiras não estão a trazer melhorias, e o Governo planeja usar a avaliação de desempenho para limitar promoções e aumentos salariais.
Os enfermeiros, representados por Fátima Monteiro do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, também se unem à greve da função pública, devido aos aumentos insuficientes e à perda de poder de compra. Ela critica a falta de rácios adequados e a imposição de serviços mínimos em hospitais durante greves.
A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública organizou a greve devido a propostas salariais consideradas inadequadas, pedindo um aumento mínimo de 15% para enfrentar o aumento do custo de vida.