Fernando Gomes, aos 77 anos, discursou esta quarta-feira, durante a apresentação da maquete da futura academia do clube, no Estádio do Dragão, no Porto, marcando o encerramento de um ciclo iniciado em março de 2014, quando sucedeu a Angelino Ferreira no cargo de administrador financeiro da FC Porto SAD.
“Não poderia haver uma maneira melhor de encerrar um mandato de quatro anos do que com o início formal de uma infraestrutura há muito desejada e absolutamente necessária para que possamos avançar além do que já alcançamos”, avaliou o também vice-presidente do clube e economista, que possui uma extensa trajetória na política. Fernando Gomes já ocupou os cargos de ex-ministro Adjunto e ministro da Administração Interna no XIV Governo Constitucional, entre 1999 e 2000, além de ter sido secretário de Estado da Habitação e Urbanismo no IX Governo, de 1983 a 1985, também liderou as autarquias de Vila do Conde e do Porto, e atuou como deputado na Assembleia da República e no Parlamento Europeu.
O administrador da FC Porto SAD destacou o impacto do quadriénio 2020-2024 no estado atual dos “dragões”, destacando “alguns desafios” enfrentados juntamente com “momentos muito positivos”.
Além da saída do regime de fair play financeiro da UEFA, o ainda Vice-Presidente dos dragões elogiou a assinatura de um acordo de 15 anos com a empresa norte-americana Legends para a exploração comercial do Estádio do Dragão, que já permitiu reduzir o capital próprio negativo de 175,980 milhões de euros para quase 8,5 milhões de euros em 31 de dezembro de 2023 e deve resultar em uma entrada de 60 a 70 milhões de euros no final do exercício de 2023/24, em 30 de junho.
O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, expressou sua eterna gratidão a Fernando Gomes, que já havia ocupado cargos nos órgãos do Conselho Consultivo da SAD e do Conselho Superior do clube antes de sua promoção para a administração do clube.
“Há cerca de um ano, Fernando Gomes me informou que não poderia continuar no FC Porto com as responsabilidades que tinha. Fiquei preocupado, porque tínhamos grandes problemas e este projeto [da academia] em que ele foi decisivo. Ele prometeu que nada seria divulgado e que continuaria com o mesmo entusiasmo. Foi o dirigente que, após ter decidido que não continuaria, mais trabalhou pelo FC Porto nestes meus 42 anos [de presidência]. Ele será sempre uma referência para mim”, declarou Pinto da Costa.
Com 15 mandatos consecutivos e sendo o dirigente com mais títulos e longevidade no futebol mundial, Pinto de Costa concorrerá à presidência do FC Porto com André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato derrotado em 2020, nas eleições do clube, que serão realizadas em 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.