A futura Arena Póvoa, uma sala multiusos com capacidade para 3000 pessoas, já ganha forma, no lugar onde durante várias décadas figurou a praça de touros da Póvoa de Varzim.
Uma fotografia revelada esta segunda-feira nas redes sociais, com uma perspetiva aérea, mostra o andamento da obra que teve início em setembro de 2022.
A praça de touros começou a ser demolida depois de um interregno de dois anos devido a uma providência cautelar interposta por uma associação local, a que o tribunal não deu provimento.
A obra, com um custo previsto de cerca 9 milhões de euros, foi anunciada em 2019, mas no ano seguinte, já depois do lançamento do concurso público para a empreitada, o processo de demolição foi travado pela Justiça, na sequência de uma ação movida pela pela Patripove (Associação de Defesa e Consolidação do Património Poveiro).
A associação considerava que o equipamento devia ser “preservado e não demolido”, apontando que o mesmo faz parte “do património imaterial da memória de gerações de poveiros e da memória da cultura popular Portuguesa”.
Já em março do ano passado, Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, revelou que, após análise, o tribunal indeferiu a providência cautelar, permitindo à autarquia ratificar, em Assembleia Municipal, o Plano de Pormenor para aquela zona da cidade, contemplando o novo equipamento.
“Já não existe providência cautelar. Com a publicação do Plano Pormenor da Zona E54 em Diário da República, teremos condições para pôr as coisas em andamento. O Tribunal Administrativo [e Fiscal do Porto] pura e simplesmente decidiu que não havia lugar a providência cautelar e que todos os argumentos utilizados não faziam sentido”, disse na altura o autarca.
A demolição da praça de touros liberou a área para construção do novo espaço multiusos, apelidado Póvoa Arena, que não contempla receber corridas de touros, e terá capacidade para 3.000 pessoas, para eventos culturais, feiras, congressos e atividades desportivas, incluindo ainda estabelecimentos comerciais e de restauração.
Contudo, a demolição não é totalmente pacífica. No dia a seguir ao início dos trabalhos, o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, e o ‘vice’ Luís Batista, foram ameaçados de morte através de uma mensagem dentro de um envelope que continha duas balas no interior. Os responsáveis da ameaça deixaram um envelope à porta da Câmara e outro na clínica onde trabalha o presidente da Assembleia Municipal.