O Hospital de São João, no Porto, está a considerar a ativação de planos de contingência individualizados, devido ás dificuldades na escalada de médicos, afirmou o diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ). A falta de médicos em mais de 30 hospitais em todo o país resultou em encerramentos temporários de serviços, após mais de 2.500 médicos protestarem entregando escusas para trabalho extraordinário.
O diretor clínico, Roberto Roncon, expressou a preocupação em garantir que os pacientes continuem a receber atendimento, mas enfatizou que “os recursos em saúde nunca foram ilimitados”. O hospital está trabalhar para adiar cirurgias programadas não oncológicas, consultas externas e a formação de profissionais, se um plano de contingência for acionado.
Roncon fez um apelo para que as pessoas evitem ir à urgência do hospital se não tiverem uma situação grave e, em vez disso, procurarem assistência através da linha Saúde 24 ou cuidados de saúde primários. Destacou ainda que a crise tem imprevisibilidade e pode aumentar nos próximos tempos.
O diretor clínico também alertou para possíveis constrangimentos nas especialidades de medicina interna, ginecologia e obstetrícia, cirurgia geral e pediatria. A referência de pacientes fora da área de influência do CHUSJ e os pacientes encaminhados pelos cuidados de saúde primários aumentaram recentemente, complicando ainda mais a situação. A colaboração com hospitais vizinhos pode ser necessária para garantir o atendimento adequado a grávidas e pacientes pediátricos.
A crise na escalada médica representa um desafio significativo para o sistema de saúde em Portugal, com a administração hospitalar a fazer todos os esforços para garantir a continuidade do atendimento aos pacientes.