Os incêndios que devastaram Arouca entre os dias 17 e 19 de setembro deixaram um rasto de destruição, causando prejuízos superiores a 5,3 milhões de euros, revelou a autarquia este sábado. Entre os danos mais significativos estão os 350.000 euros referentes aos Passadiços do Paiva, uma das principais atrações turísticas da região.
Os Passadiços do Paiva, distinguidos seis vezes consecutivas nos World Travel Awards como a Melhor Atração de Turismo de Aventura do Mundo, reabriram parcialmente ao público, mas apenas no troço de cerca de quatro quilómetros entre o Vau e Espiunca. No entanto, uma porção considerável da infraestrutura – cerca de dois quilómetros, incluindo a escadaria com 450 degraus a partir da Praia Fluvial do Areínho – permanecerá fechada durante vários meses até ser totalmente reparada.
Além dos danos nos passadiços, o município de Arouca, classificado como Geoparque da UNESCO, sofreu perdas em outras infraestruturas turísticas, como a sinalética dos percursos pedestres, com prejuízos estimados em 100.000 euros.
O maior impacto financeiro, no entanto, ocorreu no setor florestal, com uma estimativa de 2,5 milhões de euros de perdas devido aos incêndios que consumiram cerca de 5.200 hectares de floresta nas freguesias de Alvarenga, Moldes, Covêlo de Paivó, Janarde, Canelas e Espiunca.
Em termos de habitação, não foram registados danos em casas de primeira residência, mas cinco casas devolutas e duas residências sazonais, bem como palheiros e anexos, foram afetados, com um custo de recuperação estimado em 750.000 euros.
No setor agrícola, as autoridades locais ainda estão a avaliar os prejuízos, enquanto prestam apoio aos produtores no processo de comunicação dos danos à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
O incêndio, que começou em Castro Daire e rapidamente se alastrou a Arouca, envolveu mais de 230 bombeiros e operacionais. Outros incêndios no Norte e Centro do país, ocorridos na mesma semana, resultaram na morte de nove pessoas e ferimentos em mais de 170, além de destruírem dezenas de habitações.
Entre os dias 15 e 20 de setembro, mais de 135.000 hectares arderam em Portugal, sendo mais de 116.000 hectares no Norte e Centro, segundo dados do sistema europeu Copernicus. Em 2024, já foram consumidos quase 147.000 hectares em território português, fazendo deste o terceiro pior ano da última década em termos de área ardida.
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