O meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) Nuno Lopes disse esta segunda-feira à Lusa que “é muito pouco provável” que o sucedido no Porto no fim de semana volte a acontecer, sem descartar totalmente essa possibilidade.
“Que pode voltar a acontecer, pode. Que é provável, não. É muito pouco provável”, disse esta segunda-feira à Lusa, por Skype, o chefe da divisão de Previsão Meteorológica e Vigilância do IPMA.
Nuno Lopes explicou que para o fenómeno de fortes chuvas e enxurradas suceder novamente, “para além das condições estarem todas reunidas, tem de ser exatamente naquele sítio”.
O concelho do Porto registou, no sábado, em menos de duas horas, 150 pedidos de ajuda por causa das inundações em habitações e vias públicas, principalmente na baixa da cidade, disse à Lusa fonte da Proteção Civil local.
As enxurradas causaram também danos em algumas habitações na zona das Fontainhas.
“Aquilo basta ser 10 quilómetros a norte que já não tem o mesmo efeito”, explicou o responsável à Lusa, comentando que o fenómeno ocorreu “quase no ponto ‘certo’, onde podia dar” para causar as enxurradas, devido à impermeabilização dos solos na cidade e à capacidade de escoamento.
Nuno Lopes disse até que “podia ter sido um bocadinho pior, se tivesse sido mais afinado”, considerando que “aquela zona impermeabilizada [da cidade] é muito complicada”.
“Foi mesmo azar”, resumiu, lembrando “um evento com muitas semelhanças em 2008”.