A chegada do Metro do Porto até Muro e a subsequente ligação via ‘metrobus’ à Trofa vão custar 160 milhões de euros, de acordo com uma estimativa da transportadora presente em documentos consultados esta terça-feira pela Lusa.
Segundo os documentos do concurso público para a elaboração do projeto da nova fase de expansão do Metro do Porto, lançado na segunda-feira por 9,4 milhões de euros e consultados esta terça-feira pela Lusa, a ligação mista à Trofa custará mais dois milhões de euros do que a ligação ao centro de Gondomar, integralmente em metro.
Em causa está a ligação do Metro do Porto à Trofa, que contempla as estações Ribela, Muro, Serra, Bougado, Pateiras, Trofa Sul e Paradela, num total de 10,22 quilómetros, dos quais cerca de três quilómetros em metro (até Muro) e 7,20 em ‘metrobus’, um autocarro a hidrogénio que circulará em via dedicada até Paradela.
Até ao Muro, “será executada uma nova rotunda no lugar da Carriça, que vem substituir o atual cruzamento da EN [estrada nacional] 318 com a EN 14, conhecido pela sua elevada conflitualidade rodoviária”, passando o metro debaixo da nova infraestrutura, através de um túnel.
A antiga estação ferroviária do Muro “será reabilitada e adaptada”, já que “os edifícios existentes serão recuperados e utilizados como elementos caracterizadores da estação, dando lugar a zonas de espera, instalações sanitárias, áreas técnicas e áreas de apoio à exploração”, segundo a Metro do Porto.
“O Muro servirá os dois sistemas de transporte, metro de um lado e BRT [Bus Rapid Transit, vulgo ‘metrobus”] do outro, possibilitando assim o transbordo direto entre modos”, com a transição de via dupla para simples a ser “realizada imediatamente antes da estação”.
No total, a estação “será dotada de dois cais: um de interface, central aos dois sistemas”, e “um lateral, que servirá apenas para embarque e desembarque do sistema metro”.
“A inserção urbana desta estação deve também garantir acessos pedonais e rodoviários, áreas de estacionamento de modos suaves e automóvel, e espaços verdes para fruição e lazer por parte da população”, bem como uma área de paragens de autocarro.
Quanto ao canal de ‘metrobus’, “aproveitará o antigo canal ferroviário, com exceção de dois troços”, entre Muro e Bougado, numa extensão de aproximadamente 4.480 metros, para evitar a ‘ferradura’ [trajeto em U] do antigo canal ferroviário”, e após a estação de Pateiras o troço incluirá um túnel rodoviário de cerca de 500 metros.
Estão previstos parques de estacionamento nas estações Serra e Pateiras, incluindo para bicicletas noutras paragens de ‘metrobus’, que serão semelhantes às de metro ligeiro.
“A informação ao público será dada em tempo real e com informação relativa a transbordos com outros modos de transporte”, refere a Metro do Porto.
Já a estação Paradela deverá criar “um interface com os diversos meios de transporte público, entre eles autocarro, comboio e táxis, bem como ter associado parque para bicicletas e zona de suporte”.
A empreitada tem uma duração prevista de dois anos e meio e deverá estar pronta em 2028, e já há financiamento europeu assegurado para a obra.
A expansão da rede do Metro do Porto anunciada na sexta-feira contempla a ampliação da rede em pelo menos 37 quilómetros com 38 novas estações, de acordo com a apresentação feita no Auditório Municipal de Gondomar.
Em causa estão as linhas ISMAI – Muro – Trofa (metro até Muro e ‘metrobus’ até Paradela), Gondomar II (Dragão – Souto), Maia II (Roberto Frias – Parque Maia – Aeroporto) e São Mamede (IPO – Estádio do Mar).
Os valores do investimento na expansão rondam os 1.000 milhões de euros.
Atualmente estão em construção a extensão da Linha Amarela (D) entre Santo Ovídio e Vila d’Este, a Linha Rosa (G), entre São Bento e Casa da Música, o ‘metrobus’ entre Casa da Música e Praça do Império (haverá extensão à Anémona), e a consignação da empreitada da Linha Rubi (H), entre Casa da Música e Santo Ovídio, deve ocorrer até final do ano.