No cenário musical português, surge uma jovem promessa de apenas 24 anos que já conquistou o coração de muitos com sua música cativante e letras profundas. Quem é Maria Castro? Essa pergunta, embora um tanto quanto filosófica para a própria artista, revela uma história de paixão pela música desde a infância até os primeiros passos no cenário musical independente.
Maria, uma jovem de Cascais, descreve-se como uma apaixonada pela música, cujo objetivo é fazer da arte sonora a sua vida. “A música é o lugar onde sei que pertenço”, resumindo a sua identidade numa paixão vibrante pela criação musical.
O amor pela música foi cultivado desde a infância, onde os sons de Backstreet Boys e Blue ecoavam em sua casa, proporcionando uma base sólida para o seu interesse musical. A influência dos musicais, especialmente de High School Musical e Camp Rock, aliada ao seu gosto pela Disney, plantou ainda mais a semente que a faria querer ser uma artista.
Aos 12 anos começou a aprender a tocar guitarra. Esse foi o início de uma jornada autodidata que a levou a escrever suas próprias músicas aos 13/14 anos. O aprendizado inicial online evoluiu para composições originais que se tornariam parte fundamental da sua identidade artística.
O primeiro passo oficial no mundo da música foi marcado por seu single “Sóbria”. Embora este tenha sido um lançamento mais sério e profissional, não foi o primeiro; Maria já compartilhava as suas músicas originais online desde 2016. No entanto, “Sóbria” representou uma viragem significativa na sua carreira.
A canção é mais do que uma narrativa sobre bebida, é uma expressão metafórica e pessoal. Com isto Maria enfrentou desafios ao libertar-se das expectativas alheias e tomar as rédeas da sua própria carreira. O processo de produção, desde a composição até o lançamento, foi marcado por determinação e autoconfiança, evidenciando a força interior.
“(…)Esta canção é mais especial do que aquilo que as pessoas pensam, porque parece uma canção superficial sobre bebida e não é, não é muito sobre isso, é uma canção muito metafórica, mas esta canção efetivamente libertou-me bastante e deu-me asas para começar a pensar no ep, noutras canções como é o caso da “Igual a Mim”, e deu-me muita confiança enquanto artista, então eu acho que neste momento é das canções mais especiais para mim.”
O EP “Paragrafo”, lançado em novembro de 2023, é o seu primeiro projeto discográfico, e não teria existido sem a contribuição vital de amigos talentosos entre os quais Daniel, seu amigo e designer, que desempenhou um papel crucial na estética visual e gráfica do projeto. Guilherme Batista, produtor e compositor, foi outro pilar essencial. Além disso, o círculo próximo de amigos, incluindo artistas como Carolina Martins e Brisa, contribuíram de forma significativa para a construção deste EP.
As seis músicas nele incluídas são mais do que composições individuais; são capítulos da sua vida, relacionadas com experiências que moldaram as suas emoções. O EP conta uma história, uma narrativa íntima que revela a alma da artista.
Ao ser questionada sobre a sua música favorita, Maria hesita, destacando a dificuldade de escolher entre composições que representam momentos diferentes e têm significativos distintos na sua vida. “Namorado Novo” é mencionada como a escolha do momento, uma canção que combina uma sonoridade única com conteúdo significativo
“(…) Hoje porque amanha provavelmente vou escolher outra, eu diria a “Namorado Novo”, é das canções mais cool, a nível de produção (…)”
Com o lançamento do EP, Maria vislumbra uma série de sonhos emocionantes, tendo as performances ao vivo no topo da lista. Tocar ao vivo é mais do que um objetivo; é a realização de um sonho que ela compartilha com os fãs. Enquanto tournées são uma meta, a simples alegria de pisar em palcos e conectar-se com o público é o verdadeiro cerne do seu desejo.
“Sem dúvida absoluta, vêm muitos sonhos agregados a este álbum, nomeadamente tocar ao vivo, já nem digo que tournée, já só digo tocar ao vivo que é um sonho… fazer um concerto só meu, só com canções minhas e essencialmente com pessoas que gostam das minhas canções e não vão só porque eu faço covers.”
Quando questionada sobre a falta de valor que lhe possa ser dada tendo em conta o tamanho gigante do seu talento, Maria reflete sobre a natureza ingrata da indústria musical portuguesa. Embora admita o desejo de estar numa agência ou editora, ela destaca o valor de sua jornada independente, onde a conexão direta com os fãs e com quem trabalha tem sido fundamental para o seu crescimento. Acredita ainda que o timing é essencial, mantendo uma mentalidade focada no trabalho constante.
“Sinto que o mundo artístico aqui em Portugal é um mundo muito ingrato e que o sucesso e o valor são relativos, eu neste momento sinto-me feliz com aquilo que tenho vindo a alcançar de forma independente, porque sinto que já tenho algum publico, e esse publico surgiu através da minha essência, dos meus vídeos, das minhas canções que eu tenho posto cá fora sozinha… as coisas vem a seu tempo, uma coisa que eu não vou parara de fazer é trabalhar. ”
Num momento de reflexão sobre suas conquistas em 2023, Maria Castro compartilha com entusiasmo a realização de diversos objetivos marcantes. Entre eles, destaca com orgulho o feito de escrever uma música para outro artista e testemunhar essa composição alcançar o topo do iTunes. A canção, intitulada “Vento”, foi entregue à voz da talentosa artista Carolina Aranda, tornando-se não apenas um sucesso no cenário musical, mas também conquistando mais de 40 mil visualizações no YouTube. Maria expressa sua alegria ao ver seu trabalho não apenas reconhecido, mas também apreciado pelo público, destacando a importância das suas colaborações e seu impacto no cenário musical português. Este feito sólido reforça a promissora trajetória artística de Maria Castro, sinalizando um futuro brilhante e cheio de realizações.
As suas metas para o futuro, incluindo mais composições para outros artistas, apresentações ao vivo e, eventualmente, o lançamento de um álbum completo. A sua abordagem pragmática e confiante sobre o reconhecimento de seu trabalho ressoa em cada palavra.
“(…) concertos, tocar ao vivo, estar com as pessoas que gostam de mim, lançar um álbum é sem dúvida um objetivo, porque este ep acaba por saber a pouco, colaborar com os meus artistas favoritos sem dúvida que faz parte das minhas metas, é ser reconhecida a nível nacional, enquanto compositora e mais tarde enquanto artista eu acho, esse é o meu maior objetivo, ser reconhecida pelas pessoas certas para os motivos certos no momento certo”
Para Maris Castro este EP Paragrafo está a ser….
“Inacreditável, um sonho concretizado, não sei bem o que dizer porque eu também fiquei meio sem palavras quando lancei o ep, recebi muitas mensagens…eu mandei vir alguns cds para vender, nós esgotamos metade do stock, eu não sabia que havia tanta gente que pronto pagaria para ter uma coisa minha, uma coisa que é tão pessoal como foi este disco, por isso sem dúvida que fiquei surpreendida por isso. E está a ser uma experiência, sinto que quando começar a tocar estas canções ao vivo vou ter mais coisas para dizer, mas até agora foi um alivio lançar este ep,tinha muita coisa para dizer aqui dentro de mim e é bom saber que aquilo que eu tenho para dizer têm valor e que há pessoas no mundo, e mesmo na outra ponta do nosso país que valorizam aquilo que eu digo, e que aquilo que eu digo pode ter impacto, e acho que tendo feito isto, quando tu tens impacto na vida de uma pessoa, seja de que maneira for, no meu caso na escrita, a nível da musica acho que não há muito mais que eu gostasse de fazer na vida.”
Maria Castro emerge não apenas como uma promessa musical, mas como uma narradora destemida de suas próprias histórias. O seu mais recente EP é mais do que uma coleção de músicas, é um capítulo inicial de uma jornada musical que promete conquistar corações e palcos. À medida que Maria Castro escreve o próximo verso da sua carreira, o mundo espera ansiosamente pela melodia que ela escolherá compartilhar connosco a seguir.
Será claramente, um nome que poderá vir a marcar a história daquilo que é a música em Portugal.