«Pintar a Luz, Viver a Cor» é uma imponente retrospetiva da pintura a óleo de Manuel Cargaleiro, composta por 61 obras pertencentes a colecionadores particulares, muitas delas nunca vistas pelo público. A exposição foi inaugurada no passado dia 1 de Abril, e está patente, na Casa-Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo de Macedo até 18 de junho.
Depois de Paula Rego, Vieira da Silva e Amadeo de Sousa Cardoso, ou ainda, de Cruzeiro Seixas ou Armanda Passos, entre outros, a Casa-Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo de Macedo acolhe uma parte muito significativa e especial do trabalho de Manuel Cargaleiro, dando a conhecer à comunidade a obra de mais um grande nome das artes e da cultura nacionais.
Esta mostra procura percorrer as principais etapas pictóricas do trajeto do artista. “Ainda que não haja, no seu percurso e de forma vincada, períodos estanques representativos de um estilo particular na sua pintura, há, ainda assim, algumas fases com características mais singulares”, descreve o curador, Nuno Cardoso. Assim, destaca-se o início dos anos 1960 e a inspiração pelo mundo vegetal; nos anos 70, houve uma mudança nos temas e nas formas utilizadas, com uma simbiose entre a natureza e a urbanidade (estarão na exposição seis obras deste período, tendo cinco delas estado numa importante mostra na Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris); ou ainda no início da década de 80, período em que as suas obras foram marcadas pelas “catedrais” (estas obras são, aliás, muito apreciadas pelos colecionadores e pelo público em geral). “Parecendo impossível, conhecendo todo o seu percurso até então, o que é facto é que quase quarenta anos depois do início, nos anos 1990, é ainda visível a inquietude do Mestre e o desafio constante em introduzir novos elementos no seu trabalho e na sua expressão artística”, continua Nuno Cardoso.
Para Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, “Manuel Cargaleiro brinda-nos com uma simplicidade que marca e que nos transporta para um amor pela arte que poucos têm. É uma honra para Vila Nova de Gaia ser palco deste trabalho, dando o privilégio a todos os interessados de conhecer a obra de um artista para quem o otimismo é o segredo da longevidade”.
A exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30.