Cerca de três mil motociclistas concentraram-se este sábado no Porto contra a imposição de inspeções nos motociclos, a partir de janeiro de 2022, com a organização a apelar ao Governo para que recue na medida “sem fundamento”.
Paulo Ribeiro, do Grupo de Ação Motociclista (GAM), associação responsável pela organização das manifestações que decorrem durante esta tarde em vários pontos do país, disse à agência Lusa, na Avenida dos Aliados, no Porto, estarem “cerca de três mil motociclistas”, que, pelas 16h50, começaram a arrancar para percorrer “as principais artérias da cidade”, como protesto contra a imposição de terem de fazer Inspeções Periódicas Obrigatórias (IPO).As motos e os motociclistas preencheram grande parte do espaço em frente ao edifício da Câmara Municipal do Porto.
Nas motos, de vários modelos e cilindradas, estavam colocadas folhas A4 com frases como “Inspeções garantem receitas, não previnem a sinistralidade”; “Segurança sim, negócio não”; “Já chega, não nos roubem mais” ou “IPO não previne 97,3% dos acidentes”.
“Esta medida vem encapotada sob o falso argumento da segurança. O objetivo é impor-nos mais uma taxa, que nada tem a ver com a segurança”, sublinhou Paulo Ribeiro.O representante do GAM critica a diretiva europeia “desprovida de fundamento” na base da aplicação da medida por parte do Governo português, que, independentemente disso, lembrou Paulo Ribeiro, pode evitar a sua aplicação, como fizeram vários países.
Na origem desta questão está uma diretiva europeia de 2014 cujo prazo de transposição para a legislação nacional acaba no final de 2021, estando em causa a inspeção periódica obrigatória para os veículos com uma cilindrada superior a 125 centímetros cúbicos.