O Ministério Público (MP) anunciou a abertura de três inquéritos para investigar os ataques contra imigrantes ocorridos na cidade do Porto na madrugada de sexta-feira. Esses eventos já resultaram na detenção de uma pessoa, conforme informado pela Procuradoria-Geral Regional do Porto (PGRP) nesta segunda-feira.
De acordo com um comunicado divulgado pela PGRP em sua página na internet, os três inquéritos foram instaurados por episódios distintos e estão em andamento no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Procuradoria da República do Porto.
Os episódios de violência contra imigrantes de nacionalidades argelina e marroquina, ocorridos na madrugada de 3 de maio, são considerados suscetíveis de integrar infrações criminais de natureza pública, conforme aponta a Procuradoria.
A PGRP também informou que, em um dos inquéritos, foi detido em flagrante delito um dos alegados autores das agressões. O suspeito está indiciado pelos crimes de detenção de arma proibida e ofensa à integridade física qualificada, e já passou por primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicada medida de coação privativa da liberdade.
Nesta segunda-feira, o executivo municipal do Porto, liderado pelo independente Rui Moreira, condenou veementemente os ataques, classificando-os como racistas e afirmando que a tolerância deve ser zero.
Os representantes do Movimento “Rui Moreira: Aqui há Porto”, PSD, PS, CDU e BE, expressaram seu repúdio durante a reunião pública da câmara, enfatizando que o Porto é uma cidade tolerante, aberta e de liberdade.
Essas declarações surgiram após o autarca afirmar que o ataque é inaceitável e constitui um crime de ódio que não pode ser relativizado de forma alguma.
Na madrugada de sexta-feira, diversos imigrantes foram agredidos em três locais distintos da cidade do Porto, com pelo menos dois deles recebendo assistência no Hospital de São João. Em um dos casos, a invasão ocorreu na residência de 10 imigrantes na Rua do Bonfim, por um grupo de 10 homens.
Como resultado das agressões, seis homens foram identificados e um foi detido por posse ilegal de arma, sendo posteriormente apresentado em tribunal e colocado em prisão preventiva.
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