Um grupo de moradores da zona do Xisto, em Vermoim, na cidade da Maia, está a contestar a construção de um tanatório naquela área, alegando que a Câmara Municipal está a violar o Plano Diretor Municipal (PDM) e a ignorar as preocupações da população. A obra, adjudicada à empresa Servilusa em julho, está prevista para uma área junto ao cemitério municipal e tem gerado controvérsia entre os residentes, que denunciam não ter sido consultados ou informados adequadamente sobre o projeto.
Os moradores afirmam que o tanatório será localizado a uma distância demasiado curta de mais de 100 habitações, afetando diretamente mais de 300 pessoas. Algumas casas ficam a apenas 10 metros do local previsto para a construção do equipamento. O grupo teme que a incineração de cadáveres liberte gases e partículas nocivas à saúde, o que comprometeria a qualidade de vida da zona. O responsável pela Servilusa afirmou que o tanatório terá capacidade para realizar até seis funerais diários, o que, segundo os moradores, alteraria significativamente o quotidiano local. “Estamos a falar de um equipamento que irá impactar diretamente a nossa saúde e o nosso dia a dia. Não somos contra a existência de tanatórios, mas sim contra a sua localização em uma zona residencial densamente povoada”, explicam os moradores em comunicado.
Além disso, os residentes acusam a Câmara da Maia de assinar um contrato de concessão com a Servilusa sem consultar a população ou fornecer qualquer informação pública sobre o projeto. O grupo alega que a Câmara violou o PDM ao permitir a construção do tanatório em uma área de Proteção Florestal e Habitação Coletiva, uma zona onde, segundo o PDM, a construção de equipamentos como este não seria permitida. A indignação dos moradores é ainda maior devido à falta de resposta da autarquia às várias reclamações enviadas durante a revisão do PDM, que terminou em setembro. A Câmara também não forneceu documentos públicos relacionados com o projeto, como o contrato, o estudo de impacto ambiental e o projeto arquitetónico, apesar dos pedidos feitos pelos residentes. “Estamos a lutar pela nossa saúde pública, pela cidadania e pela transparência. A Câmara tem a obrigação legal de nos fornecer os documentos relacionados com o projeto, mas até agora tem ignorado os nossos pedidos”, afirmam, reforçando a crítica à falta de comunicação e transparência da autarquia.
Foto: Maia On