Município de Valongo defende que reunião de trabalho da AMP não tinha poder deliberativo
Município de Valongo defende que reunião de trabalho da AMP não tinha poder deliberativo

Município de Valongo defende que reunião de trabalho da AMP não tinha poder deliberativo

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A Câmara de Valongo defendeu, este sábado, que a reunião de trabalho do Conselho Metropolitano do Porto não tinha poder deliberativo e que aguarda o agendamento de uma reunião para decidir sobre os apoios ao Coliseu e academia de futebol.

Em causa está a aprovação, por unanimidade dos municípios presentes na reunião de trabalho do Conselho Metropolitano do Porto realizada a 20 de outubro, de comparticipar as obras de reabilitação do Coliseu e da futura academia da Associação de Futebol do Porto, apoios que ascendem a cerca de sete milhões de euros.

À agência Lusa, a Câmara de Valongo, que esteve ausente da reunião e que no próprio dia anunciou que votaria contra os apoios, afirmou que de acordo com a legislação que regula o funcionamento das Áreas Metropolitanas, a reunião de trabalho então realizada não tinha poderes deliberativos.

“A referida reunião não tinha qualquer poder deliberativo conforme decorre de uma simples leitura da lei que regula o funcionamento das Áreas Metropolitanas”, defendeu.

Questionada pela Lusa se tencionava impugnar a decisão dos municípios então presentes na reunião, a Câmara de Valongo afirmou que “aguarda o agendamento formal de reunião ordinária, ou extraordinária, do Conselho Metropolitano do Porto, contendo ponto específico sobre a referida matéria, acompanhada do envio da respetiva proposta de deliberação” para fazer a apreciação e respetiva votação.

O município acrescenta ainda que a proposta de comparticipar as obras de reabilitação do Coliseu do Porto e a criação da academia da Associação de Futebol do Porto “nunca foi enviada para os municípios”.

Na convocatória para a reunião de trabalho, apenas o terceiro ponto “Proposta ITI AMP 2030, para a componente metropolitana”, surge com indicação de “deliberação”, sendo os restantes pontos discutidos “1. Apoio metropolitano à Candidatura do Coliseu do Porto; 2. Apoio Metropolitano (municípios do Distrito do Porto) à Candidatura da AFP para a criação da Academia de Futebol da AFP”.

Depois de Valongo se ter manifestado contra a comparticipação dos apoios “através da cedência de verbas dos municípios”, o que implicaria “a obrigatoriedade de unanimidade na decisão”, o presidente da Área Metropolitana do Porto afirmou que o município “não esteve presente” na reunião.

“A partir do momento em que há quórum para votação avança-se e, por isso, foi votado por unanimidade pelos municípios presentes”, referiu Eduardo Vítor Rodrigues, que também preside a Câmara de Vila Nova de Gaia.

A 23 de outubro, questionado sobre o município de Valongo se ter manifestado contra a comparticipação de fundos, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse aos jornalistas esperar que a Área Metropolitana do Porto (AMP) “resolva o assunto”.

“Quem não vai, não pode votar. Não me admira muito da parte do município de Valongo, que tem defendido sempre essas posições, mas julgo que se encontrou o consenso suficiente”, referiu o autarca independente, à margem da reunião privada do executivo.

Numa reação enviada à Lusa no mesmo dia, a Câmara de Valongo lamentou “as infelizes declarações do senhor presidente da Câmara Municipal do Porto, que tenta relativizar o que sucedeu na passada sexta-feira na AMP [Área Metropolitana do Porto]”.

“O senhor presidente da Câmara Municipal do Porto não tem qualquer poder legal, nem delegado, para decidir retirar verbas dos restantes concelhos metropolitanos, para obras no seu concelho”, defendeu o município do distrito do Porto.

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