Museu de Serralves Inaugura Primeira Exposição de Avery Singer em Portugal

O museu de Serralves, no Porto, inaugura esta quinta-feira “run_it_back.exe”, a primeira exposição individual em Portugal da artista norte-americana Avery Singer, considerada uma das vozes mais inovadoras da pintura contemporânea a nível mundial.

Em declarações aos jornalistas durante uma visita guiada, Avery Singer destacou o seu interesse em explorar a combinação de ferramentas digitais com técnicas tradicionais. “Nos últimos anos, tenho-me dedicado a experimentar diferentes formas de aplicação de tinta através da aerografia, explorando a relação entre esta técnica e as várias gerações de imagens digitais”, afirmou a artista.

A exposição, que resulta de mais de um ano de trabalho conjunto com a Fundação de Serralves e o gabinete DepA architects, do Porto, ocupa o átrio e a sala central do museu, transformando-os numa intervenção que cruza arte e arquitetura.

Segundo Inês Grosso, curadora-chefe de Serralves, “a maioria das obras de Avery Singer nasce no universo digital, passando por diversos processos de composição antes de ganhar forma física”. A artista inicia o processo criativo através de software de modelação 3D, criando figuras inspiradas em pessoas reais, que depois são trabalhadas com elementos gráficos e transferidas para a tela utilizando aerografia industrial. O toque final é dado manualmente, através da aplicação de uma goma especial para apagar áreas específicas, criando jogos de luz e sombra que equilibram a precisão tecnológica com a expressividade do gesto humano.

O trabalho de Avery Singer reflete uma investigação profunda sobre temas atuais, como a economia digital, as criptomoedas e o impacto da tecnologia na sociedade contemporânea. “Esta exposição convida-nos a refletir sobre o modo como o sistema financeiro tradicional e o mercado dos criptoativos se influenciam mutuamente, moldando a nossa realidade económica e social”, sublinha Inês Grosso.

Com esta mostra, Serralves marca o arranque da programação de 2025 do Museu de Arte Contemporânea. As obras da artista nova-iorquina, nascida em 1987, integram já importantes coleções internacionais, como a da Tate Modern (Londres), do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), do Whitney Museum of American Art e do Museu Yuz, em Xangai.

A exposição “run_it_back.exe” tem curadoria de Inês Grosso e coordenação de Filipa Loureiro, com o projeto arquitetónico a cargo da DepA architects.

Foto: Studio International

Noticia reproduzida por: Carolina Barroso