O Ministério Público (MP) de Gondomar acusou nove pessoas de crimes de sequestro, rapto de menores e agressões violentas, num caso ocorrido em fevereiro e transmitido ao vivo nas redes sociais. Entre os arguidos estão familiares das vítimas, incluindo dois filhos da mulher sequestrada e o ex-marido desta, identificado como o mentor do plano.
De acordo com a Procuradoria-Geral Regional do Porto, o objetivo dos arguidos era forçar a mulher a regressar à convivência com o ex-companheiro e retirar-lhe os netos, que estavam sob sua guarda desde 2020.
Na madrugada de 6 de fevereiro, o grupo invadiu a residência do casal em Gondomar, onde ameaçou o homem com armas de fogo e facas, agredindo-o com violência. A mulher foi alvo de agressões físicas brutais e teve o cabelo cortado, desmaiando devido à intensidade dos golpes.
Durante o ataque, os suspeitos destruíram móveis e portas da habitação, sequestraram as duas crianças e fugiram. Toda a ação foi filmada e transmitida em direto, ampliando o impacto do crime.
As crianças foram levadas para a casa do ex-marido da avó, onde permaneceram com outros 11 indivíduos. Apenas em 11 de abril, após buscas policiais, foram resgatadas.
Após a denúncia do casal, os arguidos voltaram a ameaçá-los de morte, numa tentativa de silenciá-los.
Quatro dos nove acusados estão em prisão preventiva, enquanto três cumprem medidas de coação com obrigação de permanência na habitação. Os arguidos enfrentam acusações por crimes de sequestro, rapto, roubo, ofensas qualificadas, ameaças e danos, com um deles respondendo também por posse de arma proibida.
Este caso, que envolve violência extrema e a utilização das redes sociais para exibir os atos criminosos, reforça as preocupações sobre a exposição pública de crimes e a necessidade de proteger as vítimas.
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