A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, na Área Metropolitana do Porto (AMP), defendeu hoje que a empresa Metro do Porto deve focar-se em expandir a rede para a zona sul do território, independentemente da sua estrutura acionista.
Esta posição é uma resposta às recentes mudanças na composição acionista da Metro do Porto. A dívida da empresa à Direção-Geral do Tesouro e Finanças foi convertida em capital do Estado, reduzindo uma dívida acumulada superior a 4,2 mil milhões de euros para apenas 210 mil euros.
Com esta operação, a participação do Estado na empresa aumentou de 50,11% para 99,89%, enquanto a AMP, que anteriormente detinha 35,22%, viu a sua participação reduzida para 0,07%.
“Independentemente da estrutura acionista da Metro do Porto, o que importa verdadeiramente para o município de Oliveira de Azeméis é que quem possua a maioria do capital tenha a visão estratégica da importância de levar o metro a todas as regiões da AMP, sobretudo aquelas onde não existem soluções de mobilidade em quantidade e qualidade para servir a população”, declarou à Lusa o presidente da Câmara, Joaquim Jorge Ferreira.
O autarca defende que essa estratégia é crucial para Oliveira de Azeméis, o município mais ao sul da AMP, que “necessita urgentemente de uma solução de mobilidade como o metro para servir a população de uma região densamente povoada”.
Embora a favor da descentralização do Estado e de respostas públicas mais próximas da população, Joaquim Jorge Ferreira não comentou se a apropriação estatal da Metro do Porto poderá prejudicar ou favorecer as pretensões do seu concelho em termos de mobilidade.
“Até ao momento, nunca existiu nem a vontade política nem a ambição de promover uma verdadeira coesão territorial, aproximando esta zona a sul do núcleo central do território metropolitano”, afirmou.
Com as mudanças na Metro do Porto, a participação da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, cujo capital é detido por seis municípios (Porto, Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Valongo), também foi reduzida de 14,68% para apenas 0,03%.
No total, as entidades públicas da esfera metropolitana do Porto, que antes detinham 49,9% da empresa, agora possuem apenas 0,1%.
O restante 0,01% do capital da Metro do Porto pertence à CP – Comboios de Portugal.