
Paços do Concelho de Gaia requalificados após investimento de 3,2 milhões de euros
04/03/2025Os Paços do Concelho de Gaia foram alvo de uma intervenção significativa, cuja inauguração decorreu no passado sábado, 1 de março, exatamente um século após a primeira sessão municipal realizada no edifício, em 1925.
A requalificação representou um investimento de cerca de 3,2 milhões de euros e abrangeu praticamente todo o edifício, excetuando o átrio, a escadaria principal e o salão nobre, espaços que foram preservados devido ao seu bom estado de conservação.
Uma renovação que respeita a história
O presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, destacou a importância desta renovação:
“Esta reabilitação respeitou o projeto original e o seu arquiteto. Sentimos o peso institucional de um edifício que marca a democracia e o orgulho gaiense.”
Sublinhou ainda um detalhe simbólico da arquitetura do edifício:
“As colunas da entrada representam a verticalidade que se impõe a quem cá entra. É mais um projeto que fica encerrado neste ciclo autárquico.”
Melhorias estruturais e acessibilidade
A intervenção incluiu a modernização das infraestruturas elétricas e hidráulicas, a reabilitação de elementos em madeira, a remodelação das zonas de circulação e a implementação de um sistema audiovisual para conferências e projeções. Além disso, foram asseguradas melhores condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, sem comprometer a preservação dos materiais e revestimentos históricos.
Para celebrar a conclusão da obra, o edifício esteve aberto ao público na tarde de sábado, permitindo que os interessados conhecessem os espaços renovados.
Obra de um arquiteto emblemático
Os Paços do Concelho de Gaia são uma referência do arquiteto Francisco d’Oliveira Ferreira, uma figura marcante da arquitetura portuguesa do início do século XX. Entre outras obras notáveis da sua autoria, destacam-se o Sanatório Marítimo de Francelos e o emblemático café “A Brasileira”, no Porto.
Esta requalificação reforça a importância histórica e institucional do edifício, garantindo a sua preservação para as gerações futuras.
Foto: António Domingues