Os motoristas da empresa de transportes rodoviários Transdev iniciaram uma greve nesta terça-feira, com previsão de continuação até quinta-feira, em busca de aumentos salariais, conforme explicou à Lusa o sindicalista José Manuel Silva, estimando uma adesão entre 80% e 85%.
“Estamos a lutar por aumentos salariais justos para os trabalhadores, os quais, atualmente, recebem o salário mínimo nacional de 820 euros, para aqueles abrangidos pelo contrato da Transdev”, afirmou José Manuel Silva, coordenador do Sindicato dos Transportes Rodoviários Urbanos do Norte (STRUN).
Segundo o sindicalista, os trabalhadores da Transdev estão majoritariamente em greve por não aceitarem aumentos salariais inferiores aos praticados nas empresas associadas da Associação Nacional de Transportes de Passageiros (Antrop), que chegam a 60 euros, excluindo suplementos.
José Manuel Silva explicou que, na Transdev, que opera principalmente no Norte e Centro do país, houve apenas um aumento de 15 euros, passando de 805 para 820 euros, o que não foi aceite pelos trabalhadores.
“Além disso, a empresa decidiu renegociar em cima da hora com mais três sindicatos. Conosco, recusaram-se a negociar”, acusou o representante do STRUN, que ainda aguarda uma contraproposta por parte da Transdev.
José Manuel Silva também acusou a empresa de propor aumentos de 50 euros, elevando o salário para 870 euros, exclusivamente para os trabalhadores dos sindicatos com os quais chegou a acordo.
“Essa atitude revoltou ainda mais os trabalhadores, e hoje deram-lhes uma resposta”, enfatizou.
A Lusa já enviou perguntas à Transdev e está aguardando resposta.
Durante os próximos dias da greve, os trabalhadores permanecerão concentrados em frente às instalações da Transdev no Pinheiro, em Guimarães, no distrito de Braga.