Este Domingo celebra-se a Páscoa. Uma data que ultrapassa religiões e se insere no calendário festivo dos portugueses como uma das datas mais importantes na cultura cristã, que claramente influencia culturalmente as nossa “raízes”.
A origem da Páscoa é antiga, mais velha para os judeus do que para os cristãos, inclusive. Sabe-se que esta festa está muito ligada a um ambiente pastoril, agrário, rural. Era uma festa que existia na Antiguidade no que seria o Oriente Médio hoje. Há quem diga também, que a Páscoa nasceu como uma festa em comemoração do nascimento das ovelhas na primavera.
Na tradição judaica, a Páscoa acontece a partir do momento em que os israelitas se libertam da escravidão dos egípcios. Não é fácil precisar datas, já que os registos arqueológicos são escassos. É possível situar o período de escravidão próximo do século XIII antes de Cristo, na época do reinado do faraó Ramsés 2º (1279 a 1213 a.C.).
Na Bíblia, o livro do Êxodo (o segundo no Antigo Testamento) é tradicionalmente atribuído a Moisés. Relata o período da escravidão dos hebreus, a saída do povo do Egito e a peregrinação a Canaã, a chamada Terra Prometida. O texto é recheado de passagens que contam o sofrimento do povo sob o jugo egípcio. Daí se tem uma definição da Páscoa: saída de uma definição de escravidão em busca de liberdade. Por isso que o termo hebraico ‘Pessach’ significa saída, passagem, esperança, no sentido de superar a escravidão.
No horizonte bíblico, os israelitas são um povo peregrino, migrante, nômada. Ao longo das andanças, foram tendo contato com vários povos e religiões. Houve também contato com religiões politeístas. Eles foram associando elementos à cultura religiosa, obviamente sem colocar em risco o horizonte monoteísta.
Entre Moisés e Jesus, há uma separação estimada entre 1.200 e 1.500 anos. Mas há semelhanças no histórico entre os dois povos.
Na época de Moisés, por exemplo, os judeus sofreram nas mãos dos egípcios. Já nos tempos de Jesus, o perseguidor estava na figura do Império Romano, que contava com o apoio de alguns grupos de judeus.
Segundo os cristãos, Jesus não aceitava a dominação política imperial romana e não aceitava que seus conterrâneos tivessem uma parceria interesseira com a dominação romana. Na época, Jesus foi visto como ameaça e isso gerou uma perseguição. As lideranças judaicas ortodoxas, em conluio ao poder imperial, perseguem Jesus e dão a Ele uma morte violenta na cruz.”
A morte de Jesus foi antecedida da Última Ceia, ou seja, da celebração da Páscoa judaica. Numa sexta-feira — Santa—, Jesus foi condenado à morte, sendo crucificado.
A morte de Jesus causou uma dispersão nos primeiros seguidores, por causa do risco de também serem brutalmente assassinados. Muitos se esconderam. E aí vem a ressurreição de Jesus, que foi definitiva para a nova Páscoa. É a cristianização da Páscoa judaica feita pelos seguidores de Jesus.
Páscoa é uma afirmação da fé. Não há uma forma de cientificamente aprovar ou reprovar. O relato bíblico dá conta que, após a ressurreição no domingo, Jesus teria convivido com seus seguidores por aproximadamente 40 dias, antes de ascender aos céus e a cruz virou símbolo pascal