Paulo de Carvalho: “A minha grande preocupação foi sempre a música e não a carreira”
Paulo de Carvalho: “A minha grande preocupação foi sempre a música e não a carreira”

Paulo de Carvalho: “A minha grande preocupação foi sempre a música e não a carreira”

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(Texto de Mariana Oliveira)

Paulo de Carvalho deu uma entrevista exclusiva esta tarde, às 16h30, à Rádio Metropolitana Porto, antes do seu concerto hoje, no Coliseu do Porto. Neste ambiente intimista, dentro do coliseu, revelou que o termo “carreira”, apesar de já ter completado 60 anos, não tem um grande peso para si, “não tem importância nenhuma”. Todavia, alegou que estes anos “passaram a correr”, visto que, segundo o aclamado cantor, “o tempo só passa devagar quando estamos mal”.

Ao longo da entrevista foi destacado o percurso artístico, os temas mais queridos pelo público, a sua relação com os filhos, com a cidade invicta e com Susana, a sua esposa, com que partilha a vida há 10 anos.

O inevitável tema foi chamado para a mesa, a música “E Depois Do Adeus”, associada à Revolução de 25 de abril. O artista, apesar de apreciar esta associação à Revolução dos Cravos, acredita que no seu lugar poderia ter sido qualquer outra pessoa, que tivesse vencido o prémio naquele ano. A par disto, lamentou o facto de não se destacar o suficiente uma condecoração que recebeu do antigo Presidente da República Cavaco Silva, “Ordem da Liberdade” e que lhe deu um “prazer enorme”.

A sua ligação ao Porto remete-se à naturalidade do seu pai e avô e também ao facto de ter na cidade invicta “muitos e bons amigos”. A razão principal da sua afeição ao Porto é a frontalidade e lealdade dos portuenses, “são capazes de tirar a camisa para dar a quem gostam”.

Alertou para a importância que o público tem na sua vida, “é a quem devemos”.

“As pessoas têm tendência a esquecer-se que se cá andamos é porque o público quer”, enunciou o cantor.

Paulo de Carvalho garantiu que quando se aperceber que não tem condições para cantar, irá ter outra ocupação que goste, “não me vou arrastar”. Esclareceu ainda uma expressão mal interpretada por muitos “já disse e fui mal interpretado, por isso vou repetir”, “este é o último ano do resto da minha vida, ou seja não quer dizer que é uma despedida, é uma modificação qualquer, ando à procura do que quero modificar”.

As colaborações aguardadas para o concerto desta noite no Coliseu do Porto são os artistas Tiago Nacarato e Mundo Segundo e o espetáculo, com início às 21h, durará “pelo menos 1h30”. Amanhã, dia 10 de setembro, o concerto será em Coimbra, com a presença do filho e artista Agir e a cantora Carolina Deslandes.

No final, agradeceu à Rádio Metropolitana Porto “a primeira coisa que tenho a fazer é agradecer, a cobertura que vocês têm feito daquilo que eu estou a fazer” e aos ouvintes desta rádio online desejou “muita saúde”.

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