Pinto Moreira constituído arguido no caso que envolve corrupção na Câmara de Espinho
Pinto Moreira constituído arguido no caso que envolve corrupção na Câmara de Espinho

Pinto Moreira constituído arguido no caso que envolve corrupção na Câmara de Espinho

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O deputado do PSD e ex-autarca de Espinho foi hoje ouvido pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto por suspeitas de corrupção.

Pinto Moreira decidiu esta sexta-feira suspender o seu mandato no Parlamento, depois de ter sido constituído arguido pelo Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto por suspeitas dos crimes de corrupção passiva e prevaricação.

Saiu do tribunal esta manhã com termo de identidade e residência (TIR).

À chegada ao TIC do Porto, pouco antes das 09:00 horas para ser ouvido, o também ex-presidente da Câmara de Espinho disse estar de “consciência tranquila” e disponível para “colaborar com a Justiça”.

“Sempre agi no superior interesse dos espinhenses e da cidade de Espinho. Foi isso que fiz durante 12 anos. Estou aqui para colaborar com a justiça”, disse Pinto Moreira.

Questionado nessa altura sobre se ia suspender o mandato caso fosse constituído arguido, Pinto Moreira remeteu mais declarações “para o final das diligências”.

À saída do tribunal, confirmou que irá pedir a suspensão do seu mandato parlamentar.

“Como eu já tinha dito, eu sou coerente com as minhas palavras e com as minhas posições. Apesar de sair daqui constituído arguido e com um mero TIR [Termo de Identidade e Residência], o que é certo e o que eu disse é que se fosse constituído arguido iria suspender o mandato. É exatamente isso que eu irei fazer pelo tempo que entender por conveniente.”

O deputado tinha anunciado, a 30 de janeiro, que iria pedir a suspensão do mandato, mas disse que tal não representava “qualquer admissão de culpa”.

Em causa está a “alegada prática” de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, “eventualmente agravado” se a vantagem “for de valor elevado” ou “consideravelmente elevado”, bem como de prevaricação, tráfico de influência e abuso de poderes.

Ainda de acordo com o parecer da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, o Tribunal Judicial da Comarca do Porto havia solicitado autorização à Assembleia da República para que o deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira fosse “constituído como arguido e interrogado como tal”.

O processo está relacionado com a operação Vórtex, no âmbito da qual a residência de Joaquim Pinto Moreira, que foi presidente da Câmara Municipal de Espinho entre 2009 e 2021, foi alvo de buscas e o seu computador e telemóvel foram apreendidos.

Esta operação resultou na detenção do então presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS), – que entretanto renunciou ao mandato -, de um funcionário desta e três empresários por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.

Pinto Moreira foi eleito deputado pela primeira vez nas legislativas de 2022, tendo chegado a vice-presidente da bancada do PSD na direção de Joaquim Miranda Sarmento, já depois de Luís Montenegro ter assumido a presidência do PSD.

Após ter sido alvo de buscas domiciliárias, o social-democrata deixou a vice-presidência do Grupo Parlamentar do PSD e a presidência da comissão parlamentar de revisão constitucional.

LUSA

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