A Polícia Judiciária (PJ) deslocou-se à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira no dia 5 de setembro, para recolher documentos solicitados previamente no âmbito de um inquérito. A investigação está relacionada com factos ocorridos durante o mandato de Emídio Sousa, atual secretário de Estado do Ambiente, enquanto presidente da autarquia.
A informação foi confirmada à agência Lusa por uma fonte da Câmara, que se recusou a comentar o objeto específico da investigação, uma vez que o processo se encontra em segredo de justiça. A concelhia do Chega havia divulgado um comunicado na quarta-feira, alegando que as buscas estão ligadas à compra de um terreno em 2022, por um valor considerado superior ao de mercado.
De acordo com o partido, a Câmara adquiriu o terreno por 200 mil euros, embora o valor estimado fosse inferior a 100 mil euros. O Chega acusa a autarquia de basear a compra num Plano Diretor Municipal (PDM) fictício, não aprovado na altura. Em resposta, a autarquia reafirmou que seguiu os procedimentos legais, recorrendo a uma avaliação pericial que estimou o valor do terreno em 200 mil euros.
O terreno, situado próximo do Complexo Desportivo do Feirense, tem uma área de 16.122 metros quadrados e uma frente de cerca de 300 metros. A Câmara defende que a localização privilegiada justifica o valor pago e que o terreno é adequado para a construção de uma infraestrutura desportiva.
Contactado pela Lusa, Emídio Sousa preferiu não comentar o assunto, assegurando que a Câmara prestou todos os esclarecimentos necessários.
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