População de Gondomar acusa autarquia de incompetência em matéria de gestão dos transportes locais
População de Gondomar acusa autarquia de incompetência em matéria de gestão dos transportes locais

População de Gondomar acusa autarquia de incompetência em matéria de gestão dos transportes locais

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A retoma esta sexta-feira das linhas 01 e 06 da Empresa de Transportes Gondomarense (ETG) numa rua de uma só faixa em Valbom, Gondomar, exaltou os ânimos entre a população, que acusa a câmara de incompetência.

O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, e a ETG anunciaram, na quinta-feira e nesta sexta-feira, respetivamente, e ambos nas respetivas páginas no Facebook, que as linhas 01 e 06 retomariam esta sexta-feira o percurso normal na Rua Dr. Joaquim Manuel da Costa, subindo pela Rua da Fonte Pedrinha, em todos os horários, cruzando com os autocarros que desde 2022 circulam em sentido contrário rumo ao Porto.

Alvo de obras de requalificação durante a pandemia, a estrada que liga o Porto a São Cosme, no centro de Gondomar, passou de duas para apenas uma via, a partir de hoje percorrida em ambos os sentidos pelos autocarros tendo, para o efeito, sido instalado um sistema de semáforos, situação que foi sempre criticada pelos residentes.

A “primeira confusão do dia”, segundo Arnaldo Coelho, residente na rua da polémica e testemunhada pela reportagem da Lusa, ocorreu pelas 14h18, junto ao cruzamento da Rua da Paz, o mesmo utilizado, por exemplo, pelos bombeiros quando saem em serviço.

Num espaço de 30 metros encontraram-se quatro autocarros, dois em direção ao Porto e dois no sentido contrário, situação que gerou ânimos exaltados e só resolvida com a intervenção dos agentes da Polícia Municipal de Gondomar, nem eles imunes a comentários mais azedos de quem queria circular e não conseguia.

Um quinto autocarro da ETG teve, inclusive, que recuar cerca de 50 metros e entrar de traseira no Centro Empresarial de Valbom para libertar a via para os outros autocarros.

Indignado com a situação, Arnaldo Coelho disse à Lusa que “mesmo que seja controlado por semáforos, o trânsito vai ser sempre difícil”, questionando, logo depois, como será no caso dos bombeiros, cujo quartel é nas traseiras da rua: “Agora imagine-se que há um acidente, como é que os bombeiros podem passar aqui para acudir a um fogo ou a um sinistro? É uma incompetência”.

“Enquanto esta rua teve duas faixas nunca houve problemas, mas preferiram fazer passeios largos não sei para quê e agora os autocarros da Gondomarense não passam uns pelos outros. É muito difícil. Isto é uma palhaçada autêntica. Cada vez estamos pior!”, concluiu o residente, enquanto do outro lado da rua se repetiam as manifestações de descontentamento de cerca de 20 pessoas.

O adjunto do comando dos Bombeiros de Valbom, Manuel Viana, esclareceu à Lusa ter sido instalado na corporação um “sistema para ativar um semáforo em caso de saída de emergência, mas que ainda carece de uns acertos técnicos por forma a evitar que se encontre com um autocarro em sentido contrário”.

“O sistema está a ser testado e certamente que nos próximos dias essa situação será salvaguardada”, disse, acrescentando terem sido criadas “zonas de fuga” ao longo da estrada onde os “carros que circulam em direção contrária aos autocarros podem encostar, assim facilitando o trânsito”.

Na comunicação, a ETG informa que os autocarros estão “equipados com um aparelho que, no sentido Porto/Souto, dará a informação aos semáforos da sua presença, por forma a parar o trânsito no sentido contrário, permitindo a passagem dos autocarros no sentido ascendente. A passagem será efetuada por troços (semáforo a semáforo) e nos primeiros dias será acompanhada pela Polícia Municipal e pelos serviços técnicos da Câmara de Gondomar”.

A Lusa tentou obter uma reação da transportadora e da câmara sobre os problemas verificados, mas até ao momento não foi possível.

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