Porto sai à rua para defender Casa Almeida Garrett

Porto sai à rua para defender Casa Almeida Garrett

08/12/2024 0 Por Angelo Manuel Monteiro

Políticos e artistas unem-se em protesto contra destruição de património histórico

Este domingo, o Centro Histórico do Porto foi palco de um protesto que juntou políticos, artistas e cidadãos em defesa da Casa Almeida Garrett, imóvel onde nasceu o autor de Viagens na Minha Terra. Organizada pelo movimento Teatro Plástico, com apoio da Escola Artística Árvore, a iniciativa destacou-se pelo apelo direto ao Governo para intervir no destino do edifício, parcialmente destruído por um incêndio em 2019.

A manifestação aconteceu na véspera do 170.º aniversário da morte de Almeida Garrett e foi acompanhada pelo lançamento de uma petição que exige a classificação do imóvel como património de interesse público e a sua expropriação pelo Estado. O movimento acredita que o incêndio foi intencional, ocorrendo uma semana após a Câmara Municipal do Porto aprovar a transformação do espaço num Museu do Liberalismo.

Francisco Alves, representante do Teatro Plástico, frisou a importância da ação governamental: “Mais do que esperar que os portuenses se levantem, o Ministério da Cultura tem de agir. Não podemos permitir que este símbolo da nossa história seja transformado em mais um hotel.”

O protesto contou com performances artísticas, discursos emocionados e uma forte adesão popular. Participaram ainda figuras ligadas à política local, destacando-se o apoio transversal à causa.

Os manifestantes exigem que a Casa Almeida Garrett, além de ser restaurada, desempenhe um papel ativo na promoção da cultura e da memória histórica da cidade. “Almeida Garrett é um dos grandes nomes da literatura portuguesa e um símbolo do Liberalismo. A destruição da sua casa natal é um atentado ao património do Porto e do país”, reforçou Alves.

A petição será entregue ao Ministério da Cultura nos próximos dias. Enquanto isso, os portuenses continuam mobilizados para evitar que a memória de Almeida Garrett seja apagada do coração da cidade.

Foto: DR