Rui Moreira garantiu, esta sexta-feira, que o Município não vai “permitir que as pessoas que sejam condenadas por tráfico de droga tenham acesso a habitação social”. O presidente da Câmara do Porto falava à comunicação social em sequência da notícia da operação da PSP no combate ao tráfico de droga, durante o dia de ontem, em diversas cidades, incluindo no Bairro da Pasteleira Nova, onde terão sido detidas 15 pessoas.
“Todos aqueles que forem condenados por tráfico não podem viver em casas da Câmara do Porto. A habitação social é para aqueles que precisam”, sublinha Rui Moreira, a propósito dos números resultantes da operação policial: o equivalente a cerca de um milhão de euros em droga e 13 mil euros em notas, provenientes do tráfico, além de algumas armas.
Lembrando que “a lei é muito clara” nessa matéria, o presidente da Câmara do Porto assegura que a autarquia não irá “permitir a perpetuação deste fenómeno” e que irá proceder “em conformidade” com a justiça, isto é, com base em condenações e não acusações.
Rui Moreira acredita que “há um conjunto de apreensões que demonstram que a preocupação que o Município tem revelado nos últimos tempos, e que os munícipes nos vão relatando, tem toda a razão de ser”. “A esmagadora maioria das pessoas que vivem em habitação social é vítima disto. São as maiores vítimas, aliás”, reforçou o presidente.
Relativamente à operação no Bairro da Pasteleira Nova, o autarca mostrou-se “solidário com aquilo que foi feito pelo Ministério da Administração Interna e pela PSP, de que tivemos conhecimento a posteriori”.
O presidente da Câmara do Porto enalteceu a importância de que “haja uma presença contínua da PSP [naquele bairro] para garantir a tranquilidade das pessoas que ali vivem” e voltou a admitir a possibilidade de “dotar a cidade de novos equipamentos” semelhantes à sala de consumo assistido, que o Município instalou na zona.
Com sentimentos mistos face ao resultado da operação e sublinhando o “problema gravíssimo de ordem pública” perante o facto de que “um bairro municipal servia de depósito a esta quantidade de droga”, Rui Moreira diz esperar, agora “que a polícia continue a trabalhar como desta vez trabalhou, que continue a ser feita a investigação e que os tribunais possam, rapidamente, deslindar esses casos”.
Isto “no pressuposto de que os outros municípios também o fazem”. Rui Moreira apelou, novamente, a que seja feito “um esforço, no mínimo, metropolitano” na assistência a pessoas que consumem estupefacientes. De outra forma, acredita, “estamos a provocar uma migração forçada de uma determinada população fragilizada”, à procura de respostas na cidade.
“Não estamos num microfenómeno, o Porto não é uma ilha”, sublinha o presidente.
Foto: Miguel Nogueira