Rui Guerra, presidente demissionário da Associação Cultural de Músicos do STOP (ACM STOP), fez parte da lista autárquica que o movimento de Rui Moreira apresentou em 2017 para a Assembleia da União de Freguesias do Centro Histórico.
Cinco anos após se ter candidatado à Assembleia de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, Rui Guerra criou, a 9 de maio de 2022, a associação de músicos que agora preside. Contudo, nega que a relação com Rui Moreira o tenha beneficiado nas negociações para encontrar uma solução para os artistas.
“Se calhar até há quem tenha canais muito mais abertos do que eu, apesar de não terem feito parte de listas (…). Eu quando quero falar com alguém da câmara tenho que pedir uma audiência, e há pessoas aqui dentro que talvez não precisem disso”, atirou, num esclarecimento prestado ao Porto Canal.
“Em 2017 estive realmente numa lista por parte da junta de freguesia da zona histórica arrastado por alguns amigos, mas esta associação [ACM STOP] foi formada no ano passado e a minha atividade política não foi praticamente nenhuma e não tem nada a ver com isto. Primeiro estamos aqui a defender o STOP acima de tudo, como um espaço cultural”, esclareceu.
No dia seguinte à selagem das 105 salas do STOP e após a autarquia do Porto ter dado pela primeira vez a Escola Pires de Lima como solução para os artistas, Rui Guerra declarou ao JornalismoPortoNet (JPN) que o STOP estava já “fora de questão”. Nas mesmas declarações, disse ainda que a marcha de protesto entre o Stop e a Câmara do Porto, marcada para a segunda-feira seguinte, não ia acontecer.
O músico esclareceu que teve interesse em pertencer a uma lista de Rui Moreira apenas porque era proprietário de alguns bares e restaurantes no Porto.
Questionada pelo Porto Canal se este facto não coloca em causa a independência de atuação do Rui Guerra nas negociações com a Câmara Municipal do Porto, para a reabertura das salas seladas do Centro Comercial STOP, a autarquia escusou-se a responder.