A Recivalongo esclareceu esta terça-feira não haver qualquer impedimento à receção de resíduos no aterro em Sobrado, em Valongo, e que na última semana procedeu a uma paragem técnica, contrariando a versão avançada pela associação Jornada Principal.
“Relativamente à informação de impedimento de receber resíduos avançada pela Jornada Principal, a Recivalongo vem esclarecer que não existe qualquer impedimento. Apenas efetuou uma redução da quantidade da receção devido a uma paragem técnica, algo que regularmente todos os sistemas tem obrigação de efetuar de forma a garantir a operacionalidade das infraestruturas”, lê-se no esclarecimento enviado à Lusa.
Na sexta-feira, a associação ambientalista, que desde 2019 luta pelo encerramento daquele equipamento com denúncias de crime ambiental, revelou que a Recivalongo estava desde 06 de novembro impedido de receber qualquer tipo de resíduos.
Segundo a associação ambientalista, a empresa que gere o aterro em Sobrado enviou um e-mail aos clientes a informar dessa impossibilidade e a indicar que os resíduos podiam ser depositados nos aterros de Lousada (Porto) e de Riba d’Ave (Braga).
“Como não poderia deixar de ser, a empresa previamente emitiu uma nota informativa às empresas de gestão de resíduos a operar na região, constando a data da paragem técnica planeada”, confirmou a Recivalongo.
Sobre o destino dos resíduos na última semana, a empresa afirmou “não existir em operação aterro em Riba d’Ave e o aterro de Lousada operar unicamente com resíduos urbanos, sendo vedada a receção desta tipologia (resíduos não urbanos) por lei, o que constituiria uma infração grave”.
O aterro em Sobrado é gerido desde 2007 pela Recivalongo, que começou a ser acusada em 2019 de “crime ambiental” pela população, pela associação ambientalista Jornada Principal e pela Câmara Municipal de Valongo após ter sido detetado que detinha “mais de 420 licenças para tratar todo o tipo de resíduos”.
O assunto avançou, entretanto, para os tribunais, com ações apresentadas por ambas as partes.