Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde são os municípios onde se paga mais pela água mas onde menos se desperdiça
Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde são os municípios onde se paga mais pela água mas onde menos se desperdiça

Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde são os municípios onde se paga mais pela água mas onde menos se desperdiça

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Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo regulador do setor, é em Santo Tirso e na Trofa que se regista o valor da água não faturada mais baixo a nível nacional (97%). Os dois municípios, a par com Vila do Conde, registam a nível nacional, menores desperdícios de água nas redes de abastecimento. Ainda assim, estes são os concelhos onde a água é mais cara.

Os dados dizem respeito a 2021 e foram esta quinta-feira divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). Santo Tirso e Trofa desde 2016 que ocupam o primeiro lugar do ranking da ERSAR, tendo apenas cedido a liderança a Vila do Conde, em 2019. Já em 2021, Vila do Conde alcançou o terceiro melhor lugar, a nível nacional, com um volume de perdas de apenas 11,3%.

Por outro lado, estes três concelhos são onde se paga mais pelo abastecimento de água. Segundo dados recolhidos pela Deco Proteste, em 2022, as diferenças nas faturas da água no país chegam a superar os 400 euros por ano. No concelho da Trofa 120 metros cúbicos custa cerca de 503 euros por ano, em Santo Tirso 490 euros e em Vila do Conde 480 euros.

A rede de abastecimento de água tem em Portugal perdas anuais de centenas de milhões de litros de água, alerta hoje a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), que pede uma aposta na redução desses valores.

No relatório anual da ERSAR, sobre a caracterização do setor de águas e resíduos, salienta-se que, face às alterações climáticas, os progressos em outros setores “devem ser acompanhados pela aposta na redução das perdas reais de água, que persiste com valores demasiado elevados”.

Em 2021, a média do país em termos de perdas nas redes de abastecimento situou-se nos 28,8%, correspondentes 237 mil milhões de litros de água por ano, valor que se mantém relativamente constante há mais de uma década, diz em comunicado a propósito dos dados da ERSAR a Indaqua, um dos maiores operadores no universo das concessões municipais.

E acrescenta, citando o relatório, que 45 municípios portugueses têm perdas acima dos 50% e 19 não fazem sequer a medição.

A Indaqua salienta que é em Santo Tirso e na Trofa, onde a empresa mantém uma concessão conjunta, que se regista o valor de água não faturada mais baixo a nível nacional: 9,7%.

O relatório divulgado na página da ERSAR refere que “o valor da média do indicador de perdas reais para o serviço em alta e para o serviço em baixa com uma densidade de ramais igual ou superior a 20 quilómetros de rede, apresentou uma evolução favorável entre 2017 e 2019, mas esta tendência inverteu-se em 2020, resultando esta ineficiência na perda de cerca de 197 milhões de metros cúbicos de água na rede, por ano”.

A ERSAR defende no relatório “novas formas de gestão” da água, cada vez mais escassa, “como a produção de águas residuais tratadas para reutilização, que em 2021 representou apenas 1,2% da água residual tratada”.

E também alerta para a “insatisfatória” ocorrência de inundações no saneamento, devendo ser reabilitados os coletores, e diz que pode ser melhorado o acesso físico à recolha seletiva de resíduos, alertando ainda que a lavagem de contentores de recolha seletiva diminuiu em 2021 em relação a 2020.

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