A Câmara de São João da Madeira adquiriu o edifício da antiga fábrica de chapéus Vieira Araújo para o transformar em habitação municipal, revelou esta quinta-feira a autarquia do distrito de Aveiro, que para o efeito investiu 450.000 euros.
O referido concelho da Área Metropolitana do Porto conta atualmente com cerca de 600 fogos de habitação social, distribuídos por vários polos de um território com cerca de oito quilómetros quadrados e 22.200 habitantes, mas o presidente da câmara afirma que essa oferta é insuficiente para a procura.
“Esta aquisição da antiga fábrica Vieira Araújo vai permitir aumentar a nossa oferta de habitação social e, ao mesmo tempo, promover a requalificação urbana de uma zona importante da cidade”, declara Jorge Vultos Sequeira à agência Lusa.
Com uma área de 2.717 metros quadrados, o antigo complexo industrial está já a ser objeto de um estudo arquitetónico destinado a transformar o seu interior, adaptá-lo a fins habitacionais e preservar a fachada original do edifício.
Prazos para arranque da obra ainda não há, mas as estimativas iniciais da câmara indicam que a empreitada terá um custo global de três milhões de euros e permitirá criar 25 novos fogos – que serão depois atribuídos de acordo com os critérios estipulados no regulamento municipal de habitação social.
“Esta operação, que inclui a compra do imóvel e as obras posteriores, tem financiamento assegurado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, no âmbito do programa 1.º Direito, que já aprovou várias candidaturas para São João da Madeira, num valor global de cerca de 6,2 milhões de euros”, adianta Jorge Vultos Sequeira.
Pendentes de aprovação estão ainda outros projetos, no valor de 1,5 milhões de euros, pelo que, entre candidaturas já validadas e projetos a aguardar resposta quanto a eventual financiamento, o parque municipal de habitação poderá passar a dispor de mais 90 fogos.
“Um dos eixos da nossa estratégia é a compra de imóveis para construção ou reabilitação, com vista a que esses espaços sejam convertidos em apartamentos, porque sem habitação municipal não é possível controlar o mercado nem desenvolver qualquer espécie de ação social nesse domínio”, defende o presidente da câmara.
É por isso que Jorge Vultos Sequeira apela à sensibilidade dos proprietários locais para com a crise instalada, incentivando-os a contactarem os serviços municipais “se quiserem arrendar ou alienar os seus imóveis e ajudar a expandir esta política de habitação condigna e com rendas razoáveis”.
No mesmo sentido, e enquanto ultima os resultados do concurso público destinado a criar apartamentos nos prédios que adquiriu à PSP e à GNR, a autarquia também comprou à Igreja um terreno onde serão construídas 11 moradias T1 para habitação social, na zona da Devesa Velha.
Em fase de contrato-promessa está a compra de um prédio desocupado junto ao Museu da Chapelaria. “Esse edifício antigo também será requalificado, juntamente com um imóvel municipal que estava sem uso na mesma zona, de forma a criarmos aí mais 12 fogos para habitação social”, conclui Jorge Vultos Sequeira.