Sindicato acusa ULS Entre Douro e Vouga de assédio moral e pressão excessiva

Sindicato acusa ULS Entre Douro e Vouga de assédio moral e pressão excessiva

30/01/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e Entidades com Fins Públicos (STTS) acusou esta semana a Unidade Local de Saúde do Entre Douro e Vouga (ULS EDV) de “graves práticas de assédio moral e pressão excessiva” sobre os técnicos auxiliares de saúde.

A denúncia incide sobre a estrutura que gere todas as unidades de saúde públicas de Santa Maria da Feira, Arouca, Oliveira de Azeméis, Ovar, São João da Madeira e Vale de Cambra, abrangendo cerca de 300 mil utentes. Segundo o STTS, “recentemente, a Autoridade para as Condições do Trabalho recebeu mais de três dezenas de pedidos de intervenção inspetiva no seu portal, expondo uma série de abusos perpetrados pela administração da ULS”.

Entre as acusações, o sindicato destaca a imposição de tarefas inadequadas aos técnicos auxiliares de saúde, como a limpeza de caixotes do lixo e instalações sanitárias, bem como um “clima de intimidação” para aqueles que se recusem a realizá-las, sob ameaça de processos disciplinares e mobilidade forçada para outras unidades hospitalares. Além disso, denuncia um “ambiente de trabalho tóxico”, que estaria a provocar situações de stress extremo e ‘burnout’ nos profissionais.

O STTS considera que estas práticas violam o Decreto-Lei N.º 120/2023, que define que as funções dos auxiliares de ação médica devem restringir-se ao apoio direto aos doentes, e exige uma investigação rigorosa e medidas para assegurar um ambiente de trabalho saudável.

Contactada pela agência Lusa, a administração da ULS EDV rejeitou as acusações, garantindo que “repudia qualquer prática de assédio moral” e lamentando a forma como o sindicato trouxe a público as queixas. A entidade assegura ainda que mantém um “diálogo permanente” com os profissionais e as estruturas sindicais, garantindo o cumprimento da lei e a qualidade dos serviços prestados.

Foto: DR