A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) está a estudar a criação de uma nova rede intermunicipal suburbana, que ligará concelhos fora da cidade do Porto, e a possibilidade de unir os serviços de metrobus que atualmente operam na Boavista e no Aeroporto. Estas iniciativas fazem parte do novo contrato de serviço público que deverá vigorar entre 2025 e 2034, de acordo com documentos a que a Lusa teve acesso.
O projeto inclui a criação de uma rede, provisoriamente chamada “Rede X”, destinada a conectar diretamente municípios do Grande Porto sem passar pela cidade do Porto. A ideia é facilitar a mobilidade entre áreas de elevada densidade populacional e de grande atividade económica, que cresceram fora do centro urbano e carecem de ligações rápidas entre si. A “Rede X” deverá ser operada por operadores privados, dadas as características interurbanas desta proposta.
Além disso, o contrato da STCP contempla a possibilidade de unir os serviços de metrobus que ligam atualmente Matosinhos ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e a Boavista. Embora a ligação entre o Mercado de Matosinhos e o Aeroporto já estivesse prevista, o plano agora considera a extensão desse percurso para sul, criando uma conexão com o BRT da Boavista.
O novo contrato da STCP apresenta três cenários para a implementação dos serviços, dependendo da conclusão de projetos de mobilidade já em andamento na região do Grande Porto. O primeiro cenário está condicionado à expansão da rede de Metro do Porto, incluindo a extensão da Linha Amarela até Vila d’Este, prevista para 2024, e a entrada em funcionamento da Linha Rosa entre a Casa da Música e São Bento, bem como do sistema BRT da Boavista. O segundo cenário depende da inauguração da Linha Rubi, que ligará a Casa da Música a Santo Ovídio, e do término do BRT de Matosinhos, ambos esperados para 2026. O terceiro cenário está ligado ao fim dos atuais contratos com operadores privados na Área Metropolitana do Porto, que terminam em 2030, o que poderá permitir ajustes na rede da STCP.
No total, os municípios acionistas da STCP irão investir 344 milhões de euros na transportadora até 2034. Este valor será suportado pelos municípios do Grande Porto que têm participação acionista na STCP, incluindo Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Valongo. O contrato destaca que os projetos propostos são ainda “meramente indicativos” e que a definição final dos percursos e serviços depende de futuros desenvolvimentos e conclusões de obras na área da mobilidade urbana.
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