TMP Quer Criar Rede Metropolitana de Partilha de Bicicletas

O presidente da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), Marco Martins, afirmou que pretende apostar num sistema de partilha de bicicletas que funcione entre os concelhos da Área Metropolitana do Porto (AMP), garantindo que a iniciativa será desenvolvida em diálogo com os municípios.

“É uma coisa em que queremos apostar, naturalmente, mas sempre em diálogo e em consenso com os municípios, que são os titulares do espaço público e da concessão”, declarou aos jornalistas à chegada à sede da AMP, no Porto, no seu primeiro dia de trabalho a tempo inteiro. Martins deslocou-se de Gondomar em transporte público, utilizando um autocarro da Unir e o Metro do Porto.

Atualmente, a partilha de bicicletas é gerida a nível municipal, o que impede a utilização intermunicipal do serviço. “Eu não posso pegar numa bicicleta em Matosinhos e deixá-la em Gondomar, ou em Gaia e deixá-la na Póvoa de Varzim”, exemplificou. O objetivo é eliminar estas barreiras e oferecer aos cidadãos mais opções de mobilidade sustentável.

Para Marco Martins, um sistema integrado de partilha de bicicletas contribuiria para melhorar a oferta de transporte público e incentivar alternativas ecológicas. “Hoje, a fronteira de um município não conta para quem se movimenta no dia a dia, para o trabalho, escola ou em lazer”, destacou.

A nova empresa TMP será responsável pela gestão da rede Unir e do sistema de bilhética Andante em toda a AMP. Estão ainda previstos dois novos órgãos consultivos para melhorar a mobilidade na região: o Conselho de Mobilidade Metropolitana e o Conselho Consultivo das Tecnologias para a Mobilidade.

A ideia de uma rede pública de partilha de bicicletas integrada no sistema Andante já tinha sido defendida, em março do ano passado, pela especialista em mobilidade urbana Paula Teles. “O Porto ainda não tem isso e tem que ter. As bicicletas públicas têm que aparecer rápido. Não chega só as empresas privadas. Tem que ser um trabalho público”, afirmou na altura, sublinhando a importância da mobilidade sustentável para descongestionar o trânsito, especialmente nas zonas turísticas da cidade.

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