O treinador do FC Porto, Vitor Bruno, falou sobre o complicado duelo que a sua equipa enfrentará contra o Manchester United, marcado para esta quarta-feira no Estádio do Dragão, com relato em Direto, através da Rádio Metropolitana Porto. Na conferência de imprensa que antecede o encontro com a formação inglesa, o técnico portista refletiu sobre a preparação do jogo, especialmente após a derrota na primeira jornada da Liga Europa frente ao Bodo/Glimt, e abordou as críticas que tem recebido.
Críticas e Apoio
Vitor Bruno comentou as críticas direcionadas a Erik ten Hag, o treinador do Manchester United. “Eu também, todos são. Ainda não o conheci, mas gostava muito. Se o ten Hag quiser, o nosso balneário vai estar aberto para ele no final do jogo. Aqui acontece o mesmo, quando se perde um jogo estamos quase sentenciados”, destacou, reforçando a pressão que ambos os treinadores enfrentam.
Preparação para o Jogo
Em relação à preparação para o encontro, Vítor Bruno afirmou que não houve cuidados especiais: “Analisámos o último jogo, analisámos o Manchester, tudo exatamente igual. Não alteramos o nosso trabalho diário em função do adversário; respeitamos todos de igual forma. Olhamos sempre de forma detalhada.” O treinador enfatizou a importância de potenciar cada treino para garantir uma performance natural e espontânea em campo.
Momento de Forma do Manchester United
Questionado sobre se o atual momento do Manchester United poderia ser uma vantagem, Vitor Bruno foi cauteloso: “Não, pelo contrário. O Manchester está em posição de play-off e nós, se isto terminasse agora, estávamos fora. Há que desconfiar sempre e nunca dar nada como garantido.”
Intensidade e Agressividade
O treinador do FC Porto também abordou a questão da intensidade e agressividade nos jogos, citando uma análise feita após a partida na Noruega. “Um ou dois dias após o jogo, fizemos um levantamento e há um indicador forte para a intensidade do jogo que é o número de faltas. Percebemos que alguns adversários nossos fazem disso uma força e é por isso que estão tão alto nos Açores. Os jogos fazem-se de pequenos duelos. Quanto mais ganharmos, mais perto estamos de ganhar o jogo. Isso tem de ser encarado como uma arma forte para todos os jogos.”
Reflexões sobre a Carreira
Ao ser questionado sobre suas aspirações como treinador e suas experiências passadas, Vitor Bruno refletiu: “Em 2004, penso que estava no meu último ano de faculdade e jogava futebol em simultâneo. Pelo facto de jogar futebol, já pensava que podia seguir esta carreira porque percebi que o meu caminho como jogador podia não ser o que ambicionei.” Ele expressou sua satisfação e orgulho em estar à frente do FC Porto, destacando a importância do próximo jogo na busca por deixar uma marca forte na Europa.
Situação Atual e Pressão dos Adeptos
Por fim, o técnico da formação azul e branca enfrentou a pressão externa, evidenciada por grafitis nas imediações do estádio que pediam a sua demissão e o retorno de Sérgio Conceição. Apesar disso, o treinador manteve o foco no trabalho que precisa ser feito e na motivação para levar o FC Porto a um desempenho de destaque contra o gigante inglês.
“Não me apetece dizer nada, não comando o que se passa na cabeça das outras pessoas. Houve mais paredes destinadas a mim do que ao presidente. Olhando para o presidente, pelo caráter competitivo com que encara tudo, para mim pode ser mau porque pode ficar eventualmente melindrado por sentir que estou à frente dele nesse capítulo. Depois, é andar para frente. Isto é para quem tem andamento”, afirmou Vítor Bruno.
O treinador utilizou uma referência a Michael Jackson para sublinhar sua perspectiva sobre o sucesso e os desafios enfrentados na profissão: “Só conheço uma pessoa de sucesso que deu passos para trás… o Michael Jackson. Posso não ser um grande treinador, mas sou melhor do que cantor ou dançarino. Olhar em frente e fazer o FC Porto ganhar, no final do ano fazer contas. A partir daí é o que é. Há entregas da Glovo que aparecem de forma mais célere ainda do que aquilo que aconteceu aqui”, atirou.
As mensagens de apoio ao ex-treinador Sérgio Conceição, expressas nos muros próximos ao estádio, refletem o descontentamento de alguns adeptos em relação ao desempenho da equipe sob o comando de Vitor Bruno. A pressão sobre o atual treinador aumentou, especialmente com o próximo jogo contra o Manchester United, uma partida que promete ser crucial para a continuidade do seu trabalho à frente do clube.
Vitor Bruno permanece focado em seus objetivos e no desejo de trazer vitórias ao FC Porto, enfatizando a necessidade de não se deixar afetar por críticas externas. O jogo contra o Manchester United será crucial para o FC Porto, que procura recuperar da derrota anterior e solidificar a sua posição na Liga Europa. A expectativa é alta, e os adeptos aguardam ansiosamente por um desempenho que possa calar as vozes de descontentamento.
Foto: DR