Uma fotografia que mostra o padre João Emanuel Pereira, da Diocese do Porto, a abençoar uma união gay enquanto envergava alva e estola, gerou uma onda de críticas, principalmente entre membros do clero, e já chegou ao conhecimento do bispo do Porto. A cerimónia, realizada recentemente em ambiente familiar, tem sido alvo de intensa controvérsia devido à utilização de vestes litúrgicas.
Em declarações ao jornal Correio da Manhã, o padre João Emanuel Pereira, que é pároco no arciprestado da Maia e também juiz no Tribunal Eclesiástico do Porto, defendeu que a sua ação não contradiz a doutrina da Igreja. No entanto, reconheceu que “seria melhor, naquela circunstância, não ter usado vestes litúrgicas”.
A imagem tem circulado nas redes sociais, provocando reações divergentes. Enquanto alguns aplaudem o gesto como um sinal de inclusão e acolhimento, outros criticam duramente o padre, argumentando que a bênção de uniões entre pessoas do mesmo sexo com vestes religiosas é incompatível com os ensinamentos da Igreja Católica.
Fontes da Diocese do Porto confirmaram que o caso está sob análise do bispo, que poderá decidir sobre eventuais medidas a tomar. Até ao momento, não foram divulgadas declarações oficiais sobre o incidente.
A Igreja Católica mantém a posição de que o matrimónio é um sacramento reservado à união entre um homem e uma mulher, embora destaque a importância de acolher todas as pessoas com respeito e compaixão. A ação do padre João Emanuel Pereira trouxe novamente à tona o debate sobre o papel da Igreja na abordagem de questões relacionadas com a comunidade LGBTQIA+, uma temática que continua a suscitar divisões dentro do clero e entre os fiéis.
O padre, conhecido pelo seu trabalho pastoral e pelo seu papel no Tribunal Eclesiástico, concluiu as declarações reafirmando o seu compromisso com a doutrina da Igreja, mas reconhecendo a complexidade dos desafios que a sociedade atual impõe à prática pastoral.
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