Maior orçamento de sempre faz com que a Câmara do Porto se endivide
Maior orçamento de sempre faz com que a Câmara do Porto se endivide

Maior orçamento de sempre faz com que a Câmara do Porto se endivide

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O executivo da Câmara Municipal do Porto aprovou, esta segunda-feira, o orçamento municipal para 2023. Com uma cifra na casa dos 385,8 milhões de euros – mais 20,9% face a 2022 – acomoda os novos encargos com a descentralização na educação e na ação social, e “assume uma forte aposta no investimento na habitação municipal”, garante a autarquia. Ainda assim, para viabilizar o orçamento, a Câmara portuense contraiu empréstimo de 50 milhões de euros, depois de anos de endividamento zero.  

O endividamento zero da Autarquia da Invicta foi, durante anos a fio, um orguho para Rui Moreira. Contudo, a realidade de 2020 mudou e o orçamento da Câmara para 2023, “o maior de sempre” alicerçou-se “na criação de endividamento”, no valor de 50 milhões de euros.

“Chegamos a um momento, há alguns anos atrás, em que o nosso endividamento era zero e até fomos criticados por isso. Mas sempre dissemos que as nossas políticas deviam ser anticíclicas, ou seja, quando há uma previsão de crise, devemos fazer maiores investimentos e usar aí a capacidade que temos de endividamento, enquanto quando as coisas correm bem, o que devemos fazer é pagar a dívida. Estamos agora a beneficiar da política da formiga e não da política da cigarra”, realçou o edil portuense, que falava aos jornalistas no final da reunião privada do executivo, nesta segunda-feira, onde foi votado o Orçamento para o próximo ano. 

O documento foi aprovado, com o apoio do PSD, a abstenção do PS e os votos contra da CDU e do BE. Rui Moreira congratulou-se com o “consenso alargado” — entre as três principais forças políticas, num orçamento que tem “particular atenção na questão de investimento e na mitigação dos impactos da crise”.

“As três maiores forças políticas na cidade convergem neste orçamento, o que, numa altura de crise, numa altura em que, noutros campos, se vê que há uma grande conflituosidade, parece que, mais uma vez, os portuenses se unem”, salientou. 

Foto: DR

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