A área para onde está previsto o projeto de transformação do Cais do Cavaco pertence à Zona Especial de Proteção do Centro Histórico do Porto enquanto Património Mundial, avança o Jornal de Notícias esta quinta-feira.
Face a esta situação, a Comissão Nacional da UNESCO já pediu à Câmara do Porto e à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) esclarecimentos sobre os possíveis impactos deste edifício projetado pelo arquiteto Álvaro Siza.O Jornal de Notícias escreve que a autarquia do Porto não se vai envolver no processo e a DGPC desconhece “qualquer pedido de pronúncia”.
Em julho, a Agência Portuguesa do Ambiente já emitiu um parecer favorável condicionado e a DGPC, no papel de uma das entidades que faz parte de avaliação ambiental do projeto, também deu luz verde a 19 de agosto, acrescenta o JN.
A DGPC refere ainda ao JN que é a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) “que detém competências próprias na emissão de parecer em zonas de proteção de imóveis classificados”. Dessa forma, a DRCN, citada pela DGPC, em resposta ao JN, considera que a “localização prevista, volumetria e características do edifício não prejudicam o enquadramento do valor patrimonial e presença, pelo que não se vê inconveniente na aceitação da solução apresentada”.
A consulta pública gerou a contestação de vários cidadãos e foram registadas 120 exposições de grande oposição ao projeto com propostas em diferentes localizações, mas todas recusadas, conta o JN.Em causa está um projeto da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, o terminal fluvial do Cais do Cavaco, em Vila Nova de Gaia, desenhado pelo arquiteto Álvaro Siza, que terá dois pisos e será revestido a tijolo burro.
Atualmente, na zona do Cais do Cavaco existe uma antiga ponte-cais, em estrutura metálica, desativada desde há vários anos.
A realizar-se a construção do cais, estima-se que a empreitada demore dois anos.